sexta-feira, 26 de novembro de 2010

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES (26/11)

26 Novembro 1385 – O rei D. João I, estando em Vila Real, assinou uma carta ordenando a extinção do concelho de Vila Nova de Fozcôa e a sua integração no de Torre de Moncorvo. Aliás, essa era a confirmação de uma promessa feita por outra carta assinada no ano anterior em Torres Vedras, na qualidade de Mestre do Ordem Militar de Avis e de Regedor e Defensor do Reino, quando os de Moncorvo se colocaram ao seu lado, enquanto as terras de Ribacôa e de Trás-os-Montes estavam todas do lado do rei de Espanha. No mesmo dia o mesmo rei assinou duas outras cartas em favor de Torre de Moncorvo, uma das quais ordenando aos concelhos de Alfândega da Fé, Castro Vicente, Mogadouro, Bemposta e Penas Roías que contribuíssem para a reparação do seu castelo e muralhas.


26 Novembro 1661 – D. Francisca Borges de Meneses, senhora do morgado do Mendel e do território de Peredo dos Castelhanos, moradora em Lisboa e que em 1645 casou com o fidalgo António Ribeiro de Barros, fez seu testamento nele ordenando a fundação de um Recolhimento para receber donzelas e senhoras da nobreza de Torre de Moncorvo. Era uma espécie de convento, só que as recolhidas não faziam votos de obediência, pobreza e castidade, como as freiras. Eram ali metidas pelas famílias para que as fortunas não fossem divididas e dispersas, em defesa dos morgadios. Para entrar no Recolhimento era preciso pagar um elevado dote e a admissão estava dependente da aprovação da câmara municipal. Em 1796 só já era habitado por 15 recolhidas e anos depois eram apenas 4. Pensou-se então da adaptação do Recolhimento (da invocação de S. António) a quartel militar, para o que se fizeram desenhos que se encontram no Arquivo Histórico do Exército. Com a extinção dos conventos, também este Recolhimento foi extinto e nacionalizada a casa e propriedade. Foi depois leiloada e arrematada pela família de Morais Sarmento (dos viscondes da Torre de Moncorvo e do Banho). Ao início do século XX estava de novo à venda e pensou-se em comprá-la para nela instalar o hospital e depois o liceu que um ministro prometeu. Falharam ambas as tentativas, acabando por ser adquirida pelo pai de D. Judith a quem chamavam O Africano, segundo ouvi dizer. Mas quem poderá contar melhor esta história é o sr. Norberto Santos, actual proprietário da casa.

António Júlio Andrade.
fotografia da quinta D.Judith (2010)

9 comentários:

  1. Sempre a conheci como quinta da dona Joana e com placa de ferro no portão a dizer: Quinta Judith,assim com th.Quem era a Joana?
    O que gosto mais neste blog são as efemerides.Obrigado.

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  2. Eu também ouvi dizer D. Joana mas, sinceramente não sei. Acaso a mãe de D. Judite?

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  3. O rei da Boa Memória,D.João I, foi um grande amigo de Moncorvo.Teria tido mais sentido dar o seu nome à rua da Biblioteca,do que o do filho,o infante D.Henrique.

    Maneldabila

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  4. Este Morais Sarmento era o da Moncorvo House(?) e aparece um outro na invasão francesa e outro na monarquia do norte.O solar de Almendra ainda é dessa família.As voltas que a vida dá.

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  5. Gostaria era de poder cumprimentar na praça de Moncorvo os Morais Sarmentos actuais, descendentes dos citados... Aliás, já existem famílias que procuram as terras de origem para se encontrarem a elas próprias... Devo dizer que estou trabalhando com Fernanda Guimarães a documentação da Torre do Tombo relativa aos processos da Inquisição para descobrir os ascendentes de um dos mais famosos arquitectos canadianos de hoje - Richard Henriques. Foi ele que me indicou o caminho para um tal António Henriques, o Fastio , de alcunha, morador na Rua Nova (actual 13 de Fevereiro) pelos anos de 1580! E também descobri (pelas informações do mesmo arquitecto)que afinal o escritor argentino Jorge Luís Borges tinha os Isidro de Moncorvo no seu genoma!... Contamos publicar o resultado da investigação... J. Andrade.

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  6. O Solar do Visconde de Almendra ou Solar dos Viscondes do Banho é um palácio barroco que albergou, por muitos anos, os viscondes do Banho e de Almendra, e até hoje pertence a parte herdeira da nobre família Morais Sarmento. O edifício palaciano, exemplo ditoso da arquitectura setecentista do interior português, localiza-se em Almendra, em Vila Nova de Foz Côa.
    Testemunho das vivências de muitas gerações de nobres ilustres, o último célebre habitante titular do solar foi Márcia Augusta de Castilho Falcão Mendonça de Morais Sarmento, filha e herdeira dos viscondes do Banho e de Almendra. Actualmente, o palácio de Almendra pertence aos herdeiros de Maria Augusta, os filhos.

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  7. gostarua de localizar a freguesia que minha avó parterna nasceu, sei que ela era de moncorvo. Ela nasceu em 1894. Seus pais Maria Candida de Andrade e João Baptista Rodrigues. Minha avó Maria Florinda de Andrade e seu irmão Joaquim.Eles chegaram no Brasil em 5 de abril 1895,no navio Matapam de procedencia Borfeaux.Preciso localizar para obter a dupla cidadania.meu email Walkirinha@live.jp

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  8. Quem era o morgado de MENDEL ? quem era a Quinta de MENDEL ? Esta palavra não era virtual e vem da família MENDEL.
    Sou filho da pianista Alice Cândida da Rocha Martins e neto do Delegado Procurador da República Antonio José Martins,que foi cunhado do Coronel Souza Cardozo,sendo o meu Avô descendente direto da família MENDEL.
    José Duarte Martins Pinto dos Santos
    MENDEL Pinto dos Santos ( facebook )
    aiaartistas@hotmail.com
    www.quintadagraca-turismo.com

    Saudosos e calorosos cumprimentos
    Ver e ler o livro do DR Campos Monteiro " ARES DA MINHA SERRA ".

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