quarta-feira, 11 de abril de 2012

TORRE DE MONCORVO - EFEMÉRIDES ( 11/04)


Urros - 2009
11.04.1182 – Povoação de Urros elevada à categoria de vila e sede de concelho por carta de foral concedida nesta data. 11.04.1786 – Nascimento de Alexandre Tomás de Morais Sarmento, em Torre de Moncorvo. Viria a obter o título de 1º Visconde de Banho. Foi um dos mais radicais dos deputados Vintistas e em 1828 fez parte da Junta Governativa Liberal instalada no Porto. Obrigado a emigrar, foi um dos heróis do Mindelo e, a partir de 1834, desempenhou as funções de ministro plenipotenciário em Madrid.
Solar de Almendra
11.04.1849 – O tenente coronel António Marçal (comandante das Guardas Nacionais de Ribacôa) e o administrador de Moncorvo, António Joaquim Ferreira Pontes, de Urros, foram dois ilustres Liberais que muito se distinguiram nas lutas contra os Miguelistas, nomeadamente no Cerco do Porto. E eram muito amigos, comungando dos mesmos ideais políticos. A partir do levantamento popular da Maria da Fonte e das lutas da Patuleia, estes dois homens separaram-se, mantendo-se Marçal na linha política do poderoso ministro Costa Cabral e F. Pontes virando patuleia. E todos os que em Vila Nova de Fozcôa e terras de Ribacôa eram inimigos e perseguidos por Marçal, encontravam em Moncorvo refúgio seguro. A ponto de, nessa altura, viverem em Moncorvo umas 60 famílias fugidas de Fozcôa. Naquele dia 11 de Abril, Marçal não esteve com meias medidas. À frente de um corpo de 80 elementos da Guarda nacional marchou sobre Moncorvo e foi assentar arraiais na praça do município, jurando não sair dali até levar preso o Ferreira Pontes e todos os de Fozcôa que andavam fugidos às justiças. Sabendo da aproximação de Marçal, o Pontes montou a cavalo e dirigiu-se a Bragança. Dali, por telégrafo do governo civil, enviou uma nota ao Parlamento dando conta da situação. E por correio enviou uma lista de dezenas de cidadãos que haviam sido assassinados, espancados e roubados pela “quadrilha dos Marçais” e centenas de outros cidadãos que andavam fugidos com medo. Este foi um episódio que muito abalou o governo de Costa Cabral e conduziu à sua queda e extinção das Guardas nacionais que mais não eram do que homens armados ao serviço de uma facção política.
António Júlio Andrade

17 comentários:

  1. Heróis ou bandoleiros !

    Ora aqui está uma história que se sucedesse na mui nobre e civilizada America já há muito tinha botado em ganda filme holyoodwesco com os bons a vencerem sempre no fim os maus.

    E aqui com os Marçais quem seriam os maus ?

    Eram bandidos quadrilheiros- os nossos Remexidos ou Brandões - ou seriam mais uns robins dos bosques em versão portuguesa ?

    Eu que tenho a sorte de possuir e de ter lido as 2 versões publicadas - " a quadrilha dos marçais " de J.S.S.de A. ou " os Marçais " de O.M.- ambas bem parciais na versão da estória ou tb. distantes da realidade, sempre imaginei um filme com tal enredo, ainda por cima com toda a carga ou aura misteriosa, digamos emocional, que teve o fim da vida dos marçais.

    Era bom que alguém nos contasse ou desse a conhecer em versão actualizada e necessariamente equidistante, as façanhas dos Marçais, onde a excursão a TMC teria de ocupar lugar de destaque.

    O apelo aos investigadores fica feito, matéria por esses arquivos é que não falta.

    Um obrigado mt. especial ao A.J.A. por nos trazer estes farrapos de memória.

    Max

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  2. Completamente de acordo. Também eu li as duas versões e ambas são aceitáveis, ambas se dizem patrióticas. Na realidade o assunto daria uma boa tese de doutoramento... J. Andrade

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  3. Para além de fazer a nos a vila de Urros, deve dizer-ze que também neste dia está de parabéns a vila de Mós que recebeu carta de foral 20 anos antes de Urros, em 1162.Este foral foi-lhe confirmado em 11.o4.1248 pelo rei D. Afonso III. J. Andrade

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  4. Além de Urros também a medieval vila de Mós deve ser recordada neste dia. Com efeito, tendo recebido carta de foral em 1162, 20 anos antes de Urros, aquele foral foi-lhe confirmado em 11.04.1248 pelo rei D. Afonso III. J. Andrade

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  5. Ora aqui está um bom argumento para um filme de acção, para além desta preciosa e dinâmica informação.
    Tininha, de Urros!

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  6. Urros foi uma das aldeias que recebeu muita gente emigrada (ou fugida?) das terras de Ribacôa na altura das lutas da Patuleia. Possivelmente outras terão feito caminho inversos. Pena que o nosso amigo Adriano Fernandes não esteja entre nós para nos dizer quais eram essas famílias. Sim, que ele pesquisou durante muitos anos essas coisas. J. Andrade

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  7. Mea culpa !

    Não posso deixar passar a noticia relativa a Urros não por ser dia de aniversário uma vez que já pre-existia à data de concessão do foral, mas devo destacar o magnifico documento que é o foral de Urros e que bem pode ufanar as suas gentes pela importância que o nosso 1º rei lhe conferiu.

    Por ser terra de tradições e de muita boa gente, Urros é uma grande terra e se, como sói dizer-se, algum dia me perder é um dos lugares por onde me podem procurar.

    Tenho lá por casa uma foto da sua banda de música dos anos 30 defronte da capelita à entrada e qq. dia entrego-a ao LB para a postar neste blog, para singela homenagem a esta terra.

    Max

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  8. Venha de lá essa foto! foi o meu avô, José Alfredo Andrés, que ofereceu o instrumental, todo em cobre, para a célebre banda. Meu avô também tocava e cantava muito bem!
    Tininha, de Urros.

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  9. É só para dizer que Urros é uma referência para lá de todos os tempos! Vejam o amor à terra!
    No coração vai a minha terra! sempre!

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  10. Quando era criança ouvia falar de " patuleia... "
    mas nem imaginava a importância!

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  11. Por falar na Banda de Urros... Será que um dia os descendentes de Urros poderão ver não só a fotografia dessa Banda mas também um dos seus históricos instrumentos, pelo menos? E poderão ver os objectos inventados pelo professor Josino Amado para ensinar as contas aos seus alunos ou a balança romana com que os ensinava a pesar as coisas? E o telefone público da aldeia? E tantos... tantos outros obectos que um dia poderiam ter um incalculável valor cultural? Falo de Urros mas poderia falar de outras freguesias e da própria sede do concelho... Sempre imaginei o conclho de Torre de Moncorvo dotado de uma série de núcleos museológicos temáticos interligados... Nomeadamente um núcleo museológico do mel e da cera na minha terra natal... J. Andrade

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  12. Quantas preciosidades!e tudo se vai perdendo...
    mas seria muito bom recuperar... o que se pudesse; esse instrumental, em cobre, da banda de música de urros e tantas , tantas memórias que lhe estão associadas! e falar de núcleo museológico seria revisitar a fábrica da telha, em Urros;a grande actividade ligada ao bicho da seda, em Urros, a tecelagem,eu sei lá... tantas coisas, os albardeiros, sapateiros, ferreiros, latoeiros; tantos modos de fazer, coisas que se vão esquecendo, infelizmente...
    Tininha

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  13. E falando de Urros,seria, também, interessante falar de um termómetro que ele inventou, com a ajuda e inteira admiração de meu avô, para saber como estava a temperatura, ora, se era preciso!...dizia a minha avó
    E lá estava ali perfilado a dar contas do tempo, no quintal dos meus avós!
    E falar de Urros ou de tantas aldeias, não seria interessante mostrar aos seus vindouros, como se trabalhava a terra?, como se fazia a farinha e como se tingia a lã das ovelhas?Ecomo se fazia o sabão? e a manteiga?
    Tininha

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  14. Foi o professor Jsino Amado autor dessa" história" para saber o que se estava mesmo a ver; era só ver o tempo...( perdão pela evasiva)
    Tininha

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  15. O Solar do Visconde de Almendra ou Solar dos Viscondes do Banho é um palácio barroco que albergou, por muitos anos, os viscondes do Banho e de Almendra, e até hoje pertence a parte herdeira da nobre família Morais Sarmento. O edifício palaciano, exemplo ditoso da arquitectura setecentista do interior português, localiza-se em Almendra, em Vila Nova de Foz Côa.

    Testemunho das vivências de muitas gerações de nobres ilustres, o último célebre habitante titular do solar foi Márcia Augusta de Castilho Falcão Mendonça de Morais Sarmento, filha e herdeira dos viscondes do Banho e de Almendra. Actualmente, o palácio de Almendra pertence aos herdeiros de Maria Augusta, os filhos.

    O palácio, edifício de dois pisos, conserva o seu austero estilo barroco que se revela nas janelas «rocaille», com as típicas vieiras invertidas, e a marcante varanda com balaústres. O brasão de armas da ilustre família, enquadrado por um frontão curvilíneo, permanece em cima da varanda. Curiosamente, o brasão nunca foi devidamente terminado de esculpir.

    Hoje é um marco histórico da localidade de Almendra, a par do Cruzeiro e da Capela de Nossa Senhora do Campo, entre outros monumentos. Alguns canteiros verdejantes enquadram a fachada frontal do edifício.

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  16. Ver:http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=31994&fview=e

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  17. Olá Amigos, respondendo à pergunta, se alguma vez os descendentes de Urros vão poder ver a fotografia da banda de Urros, pois bem, no grupo amigos de Urros, vários amigos colocaram não uma, mas várias fotos da Banda de Urros.
    Todas as fotografias e outros documentos alusivos á aldeia de Urros, são bem-vindos.
    Obrigada por gostarem tanto da nossa aldeia
    Abraço
    Misé

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