quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

FELGUEIRAS - Fabrico do pão

In "Roteiro Artesão Português" (1988)

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4 comentários:

  1. FELGUEIRAS
    História

    A freguesia de Felgueiras está localizada num vale alargado e fundo, rodeada de elevações grandes que continuam a Serra do Reboredo, como o Monte do Malhão, Fraga do Chapéu e Ramalhão.
    Alguns vestígios que apareceram na aldeia levam a pensar que foi habitada no tempo dos romanos.
    Pode-se falar da origem de Felgueiras desde os primeiros tempos da monarquia. A partir de 1436, os moradores desta aldeia começaram a ter numerosos privilégios dos monarcas portugueses, exemplo disso é o caso de D. Duarte que concedeu grandes privilégios aos trabalhadores da " Mina de Felgueiras" e aos operários a quem se dava "por distinção o nome de ferreiros". Esses privilégios chegaram mesmo a causar conflitos com a Câmara de Moncorvo e com outras aldeias do concelho.
    Era também nesta aldeia que antigamente se moía o pão que uma grande parte do concelho consumia e era também aí que se fabricava o ferro que abastecia quase toda a província de Trás-os-Montes. Posteriormente, a actividade dos cereeiros ganhou grande importância, pois esta terra foi um grande de centro de fabrico de velas, chegando a abastecer quase todo o norte de Portugal. Actualmente, a indústria das velas continua a desempenhar um papel importante para a gente de Felgueiras.
    O antigo lagar comunitário de prensa de vara, onde todos os cereeiros iam fazer a cera, continua situado na margem da Ribeira de Santa Marinha.
    http://www.torredemoncorvo.pt/felgueiras

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  2. -Enquanto não leveda a massa Oh Maria toma cá conta dos raparigos que eu ainda vou ali prós lados do Espírito Santo arranjar mais uns gravetos secos e um braçado de giestas meias secas para temperar o forno,pois este de raio Inverno deitou cá cada caqueirada de água que mal nos deixou enxugar os remendos dos garotos.
    E lenha bem sabes como é! A das ladeiras que é de amendoeira e de oliveira nem exergá -la pois os donos trazem tudo bem catado e depois das podas é vê-los com os podões a cortar e fazer os molhos que hão-de ser guardados nos cabanais.
    -È bem verdade Isabel o que dizes. Nem uns garriços sobram para o lume de Inverno. E sabe tão bem estar à lareira, depois da ceia,a pensar no que vai ser o peguilho que o meu António há-de levar à jeira e a remendar algum trapinho dos mais velhos que possam servir prós outros.
    - Com este frio nem o fermento leveda Maria.Até já o deitei num cobertor de papa para ver se não demora tanto..
    - Vá vai lá mas não demores muito que os garotos são levados do diabo e eu ainda tenho que ir fazer a ceia..depois guarda-me um pouco da levedura que prá semana é a minha vez de utilizar o forno.
    - Já agora quanto leva de poia por cada fornada? Pergunta a Isabel.
    - Depende se é sêmea, de mistura ou de " farinha triga".Mas olha que o Do Cimo do lugar leva mais? Aqui já somos freguesas antigas continua uma sêmea por cada seis.Mas também já ouvi dizer que os de Felgueiras,que são uns choqueiros não se ficam a perder,embora digam que lá no Moinho deles e no forno que até ao Verão não param de moer cereal e de cozerem cada fornada que até o vão vender a Moncorvo,que os da vila nem água têm.
    - Pois é Maria mas cá para mim os do Souto e do Felgar devem ter mais encomendas e ganhos! Só no Ribeiro dos Moinhos que vai do Cabeço até ao rio é mais de uma légua e não despegam.
    _ Devem ser mais de trinta famílias que bem se governam c´os moinhos e com as hortas.Até vão com os machos e com os burros carregados e passam pela Azenha,pelo Fim do Mundo até à Cardanha,Adeganha e Gouveia.
    _ Lá isso é verdade e na volta trazem o cereal que também deve dar boa maquia..O pior é no Verão que nem uma pinga corre para baixo da Fábrica.
    _ Tanta conversa e ainda não foste aos gravetos..vai vai e não te preocupes que depois fazemos umas pombinhas e umas parrequinhas com asas, bico e tudo que até os garotos se hão-de lamber. Comem-nas quentes e tudo..

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  3. Hoje Felgueiras (os choqueiros) é uma terra completamente desertificada se os Romanos, D.Duarte e a população que vivia na altura quando foi concedido estes privilégios que esta cronica documenta, e serve para fazer este meu comentário, viessem a este pobre Mundo que se chama Portugal e olhassem para a terra que era forte e alegre, tenho quase a certeza que não quereriam sair da tumba para ver o triste espetáculo que os seus olhos presenciavam casas abandonadas, velhos arrastarem-se pelas ruas da aldeia desertas que em tempos idos era onde se brincava ao vaco, á uma, ao pião, á chona, á macaca, etc, etc. nem uma criança sequer para jogar aqueles jogos populares que foram passando de gerações em gerações e foi a alegria destes agora velhos que não tem ninguém para ensinar. Pergunto-me a mim que já sou quase velho mas ainda tenho forças e lembro-me de coisas que nem os jovens imaginam (acho que sou mais forte do que eles, pois um homem velho cuja inteligência ainda está vigorosa, como é o meu caso “modéstia há parte” e vi muito acredito na letra do chico buarte “fado Tropical” em que diz a dado passo “Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal:
    Ainda vai tornar-se um imenso Portugal!” tudo depende de nós está nas nossas mãos nos nossos ideais e naquilo que acreditamos, para que os nossos antepassados não se envergonhem das asneiras que fizemos ao longo dos anos, e agora chega de Filosofias baratas, VIVA FELGEIRAS, VIVA ESTA TERRA QUE ME VIU NASCER

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  4. Belo texto do senhor dr.Artur Salgado.É do Larinho e da familia do soudoso doutor Ramiro Salgado?

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