domingo, 31 de março de 2013

Lá para os lados de Gouveia/Cardanha


Alfândega da Fé -Governo aprova plano financeiro de 17.500 ME

FOTO A.F.F.M.

Lisboa, 30 mar (Lusa) - O Governo aprovou o plano de ajustamento financeiro do município de Alfandega da Fé, em Bragança, no valor de 17.500 milhões de euros, e concedeu um empréstimo de mais de 720.000 euros para a autarquia reequilibrar as contas.
De acordo com um despacho publicado em Diário da República na semana passada, foi "aprovado o pedido de adesão ao Programa I do Programa de Apoio à Economia Local, apresentado pelo município de Alfandega da Fé que pressupõe um reequilíbrio financeiro no valor de 17.500.000 euros" e foi também "autorizada a concessão de um empréstimo pelo Estado até ao valor de 721.395,78 euros pela maturidade de 20 anos".
No final de 2011, esta autarquia do distrito de Bragança encontrava-se em situação de desequilíbrio financeiro estrutural e, "depois de esgotadas as possibilidades de recurso a outros mecanismos conducentes ao restabelecimento de uma situação financeira reequilibrada", declarou a situação de desequilíbrio financeiro estrutural e aprovou um plano de saneamento.



Estevais - 1974/2013



sábado, 30 de março de 2013

A NEVE ,por Telmo Ferraz


SENHOR! Porque enfeitaste a Natureza?
Neve!
Brancura imaculada ! Frio picante. Flocos a
 A bailar...O ritmo dos flocos! E o rendilhado dos
penedos? E a pompa das árvores? E os Pobres
a tiritar de frio nos currais abertos?
Encontrei, hoje, o Lúcio.
Anda às sobras, no refeitório grande.
Os Operários vêem-no e dão-lhe o que sobra.
Ele come as sobras e vagueia.
À noite, aparece outra vez. E assim, todos
os dias.
Traz sempre a roupa sebenta e a cara suja.
Não tem coragem para se lavar.
Dentro dele, uma alma pura.
A imagem de Deus ainda não foi embaciada.
Senhor, Tu mandas a neve para nos consolar
a alma, com tamanha alvura! Imediatamente, mar-
camos presença com as nossas pegadas escuras
- a nossa presença no Teu lençol ímaculado!
Buracos negros.
Depois, fazemos bolas, misturando a neve com
o barro dos caminhos!
E Tu sorris... e continuas a mandar flocos,
flocos e flocos...
O ritmo dos flocos!
A neve!
O Lúcio!

6 de Fevereiro de 1959.
In Lodo e as Estrelas 

Padre Telmo Ferraz:

Sabugal - José Martins , o último moleiro

FOTO A.F.F.M.
Ver: http://youtu.be/8Hf08PN32u0

" As crianças e a genética ",por Júlia Barros Guarda Ribeiro



Nas minhas deambulações por escolas de Viana do Castelo e arredores , estive numa escolinha de Mujães onde contei a estória do “Porquinho Malhado” . O conto é pequenino e fala de um bacorinho que, filho de uma linda porca branca rosadinha e sendo o pai porco também da mesma cor, ele nasceu com uma malha preta que lhe dava volta ao dorso e acabava na barriga. Os seus 8 irmãos eram todos brancos e rosadinhos e achavam aquele irmão muito esquisito, por causa da mancha negra . Está mesmo a ver-se qual era a lição de moral a tirar .Mas lá pelo meio da estorinha aparecia a palavra “genes” .
E cito : “A mãe cheirava-o e dava-lhe focinhadinhas muito meigas para ele não se sentir infeliz. Mas pensava para consigo, como é que acontecia aquela malha ... O dono tinha dito qualquer coisa de algum avô ou avó que devia ter sido assim , e os genes - que seria isso? - tinham saltitado para aquele bacorimho. ”
Claro que, neste momento, eu aproveito sempre para dar uma explicação muito simples do que eram os genes. Mais ou menos assim : “ os genes são umas coisinhas minúsculas, mais pequenininhas do que um pontinho de um lápis, que só se vêem com grandes microscópios e que existem no nosso sangue, na nossa pele, no coração, no cabelo ... existem em todo o nosso corpo. Por exemplo, os olhos azuis (e apontava para um dos meninos) ou os cabelos loiros ( e apontava para uma menina) podem vir do pai ... ou da mãe ... ou do avô ... ou da avó ... “ ou do vizinho ... completou um dos miúdos.
Claro que a gargalhada das professoras (eram 4 ) das auxiliares de educação , cozinheira e ajudantes (eram 5 ) e a minha foi uma daquelas gargalhadas de ir até às lágrimas. Embora não devessemos rir : o miudito tinha 5 anos.
Júlia Barros Guarda Ribeiro

NOTA - “O Malhado” , in “OS CONTOS DA MINHA AVÓ” de Júlia Guarda Ribeiro (Biló) , ilustrados. pela neta Catarina Isabel , ed. Magno, Leiria 2003, pp.33-42

Postado em 13/05/11

sexta-feira, 29 de março de 2013

I.º Encontro Livreiro de Trás-os-Montes e Alto Douro


Decorreu no passado dia 24 de Março, na livraria Traga-Mundos em Vila Real, o I.º Encontro Livreiro de Trás-os-Montes e Alto Douro.
A iniciativa partiu daquela mesma livraria, que lançou o desafio a que muitas outras responderam com o seu incentivo, sendo que dessas nem todas puderam marcar presença. Ainda assim, para além da Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, 5 livrarias da região – a saber, a Poética – livros, artes e eventos (Macedo de Cavaleiros), a Livraria Rosa d’ Ouro (Bragança, Livraria Aguiarense (Vila Pouca de Aguiar), a Livraria Dinis (Valpaços) e a Livraria Branco (Vila Real) – responderam afirmativamente ao convite para se sentarem à mesma mesa e debaterem preocupações comuns e sinergias possíveis para uma melhor estratégia de afirmação das livrarias ditas “tradicionais”.
Os livreiros deixaram o seu testemunho e algumas preocupações derivadas da própria conjuntura actual, mas do encontro saíram já algumas intenções de conciliação de esforços, nomeadamente ao nível da partilha de novidades editoriais de cada concelho, da cooperação na apresentação de livros de autores na região e da permuta de informação sobre eventos que cada uma realiza na sua região.
Para enriquecer o debate, foram também convidadas a escritora Hercília Agarez e a jornalista Patrícia Posse, que deixaram as suas perspectivas, inclusivamente enquanto leitoras e frequentadoras de livrarias. Hercília Agarez sublinhou os perigos da promiscuidade dos livros com artigos que pouco dignificam a literatura (como é o exemplo dos hipermercados), e a importância do atendimento personalizado e de proximidade nos espaços livreiros. Patrícia Posse referiu, entre outros aspectos, a importância da emergência de novos espaços multifuncionais vocacionados para o livro numa dimensão mais cultural.
No sentido de manter a continuidade do debate e de trazer cada vez mais livrarias para o mesmo, ficou já agendado para o dia 2 de Junho um novo encontro, que decorrerá, desta feita, na Livraria Poética, em Macedo de Cavaleiros.
Recordamos que esta iniciativa surge na sequência do Encontro-Livreiro nacional, que acontece uma vez por ano (sempre no último domingo de Março) em Setúbal, na Livraria Culsete. Este ano — excepcionalmente, porque o último domingo de Março coincide com a Páscoa — o IV Encontro Livreiro realiza-se na tarde do primeiro domingo de Abril, dia 7.

Para mais informações:
Poética - Livros, arte e eventos
de Virgínia do Carmo Gabriel Camelo
NIF: 221751149
Rua Pereira Charula, nº 19
5340-278 Macedo de Cavaleiros
960039138 /  278106420
A Poética no Facebook

Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua Miguel Bombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00
259 103 113 | 935 157 323 | traga.mundos1@gmail.com

TORRE DE MONCORVO -Vista geral

FOTO  A.F.F.M.

Aldeia de Sambade quer ajudar a criar rota dos judeus em Trás-os-Montes


A aldeia de Sambade, em Alfândega da Fé, quer contribuir para a criação da rota dos Judeus em Trás-os-Montes e dinamizar o turismo cultural e religioso com o legado da comunidade judaica que ali viveu há 400 anos.
O ponto de partida para esse trabalho é o livro «os Marranos de Trás-os-Montes: judeus novos na diáspora: o caso de Sambade», que será apresentado, no sábado, na localidade transmontana, como contou hoje à Lusa a presidente da Câmara de Alfândega da Fé, Berta Nunes.
O município apoia os projetos da maior aldeia do concelho que, de acordo com a investigação que deu origem ao livro, albergava, no século XVII, «uma laboriosa comunidade de cristãos-novos que tornavam florescente a indústria de tecidos de linho, lã e seda, comunidade que foi desmantelada pela Inquisição em uma verdadeira operação de limpeza étnica».
Diário Digital / Lusa

Cavaco Silva em Moncorvo


Na sua visita a Torre de Moncorvo o Presidente da República deslocou-se ao Centro de Memória onde visitou uma exposição sobre “Documentos do Arquivo Histórico”, que ficará patente até ao final do mês de Junho. Na Biblioteca Municipal visitou a exposição “Evolução Recente de Torre de Moncorvo” e presidiu ao lançamento da 2ª Edição da monografia “Torre de Moncorvo - Município Tradicional”. O Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Eng.º Aires Ferreira, tomou a palavra alertando que as autarquias se encontram asfixiadas financeiramente pelo pagamento do abastecimento de água, do tratamento das águas residuais, do tratamento dos resíduos sólidos urbanos, iluminação pública e transportes escolares. Anunciou ainda dois investimentos públicos no concelho: a nova subestação da EDP e a recuperação do órgão da Igreja Matriz. No final o Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo ofereceu o nº 1 da 2ª edição da monografia “Torre de Moncorvo – Município Tradicional” ao Sr. Presidente da República. De seguida o Presidente da República saudou o esforço que a Câmara Municipal de Torre de Moncorvo tem vindo a fazer para preservar a memória do passado, referindo ainda que “tem sido desenvolvido um trabalho notável na preservação de documentos históricos”. Referiu-se ainda aos grandes investimentos na região como a barragem do Baixo Sabor e projeto mineiro, tendo ficado sensibilizado pelas discrepâncias nos valores pagos pela água em Trás-os-Montes. O Sr. Presidente da República terminou a sua intervenção com uma palavra de reconhecimento público ao Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo “pelo trabalho desenvolvido no concelho para resolver os problemas das populações e resposta aos seus anseios e pelo seu contributo ao longo destes anos para a melhoria do bem-estar da população de Torre de Moncorvo.
No final da sessão, o Presidente da República deslocou-se à Feira Medieval que decorreu nesse mesmo dia.
http://www.torredemoncorvo.pt/presidente-da-republica-visita-centro-memoria-e-preside-ao-lancamento-da-2-edic-o-da-monografia-torre-de-moncorvo-municipio-tradicional 

...caminante, no hay camino,

FOTO  Lb

VER:http://www.youtube.com/watch?v=2DA3pRht2MA&feature=youtu.be
Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.

ANTÓNIO MACHADO
poeta sevilhano

SAMBADE EM FESTA


quinta-feira, 28 de março de 2013

Mensagem de Páscoa


FOTO A.F.F.M.
Páscoa – A fé na cruz florida
A toda a Diocese de Bragança-Miranda, na esperança que a Palavra da Salvação seja uma semente de vida, grito hoje a nossa alegria: Jesus Cristo ressuscitou! Sim, Ele vive para sempre e também por nós. Do útero ao túmulo, acontece a grande escola da vida, onde a Páscoa acontece todos os dias.
Gostaria de saudar a todos, e de modo especial os doentes, os mais velhos, os que vivem a solidão, os que são vítimas da pobreza, do desânimo, da impaciência e das crises sociais e económicas provocadas. A Cruz florida da Páscoa abrace, ilumine e encoraje o nosso coração ferido.
A fé que nasce e renasce da Páscoa faz todo o sentido, quando nos torna mais irmãos e cidadãos mais ativos para se realizar a justiça e a paz, o perdão e o amor.
Abraço cordial e amigo
Igreja Catedral de Bragança, Páscoa 2013
+ José, Bispo
http://diocesebm.pt/mensagem-de-pascoa/

EMPADA DE MONCORVO

1kg de farinha/1 colher de sopa de sal/100g de pão em massa/2,5dl de água 25g de fermento de padeiro/8 ovos/1,25dl de azeite/125g de manteiga 500g de presunto/100g de salpicão/100g de linguiça (chouriça de carne) 50g de toucinho/1 ovo.
 1.   Peneira-se a farinha com sal para um alguidar
2.   À parte, desfaz-se o pão em massa com a água tépida, junta-se o fermento de padeiro e desfaz-se conjuntamente. Esta preparação é adicionada à farinha, misturando-se tudo
 3.   Juntam-se os ovos, passados por água morna, o azeite e a manteiga. Amassa-se tudo, juntando ou mais farinha ou água tépida, de modo a obter-se uma massa com a consistência da massa do pão         
  4.   Põe-se a levedar, quando a massa se apresentar rendilhada (dobrou o volume) divide-se em duas partes, sendo uma maior e outra mais pequena. Estende-se a mais pequena em formato redondo do tamanho aproximado de um prato. Dispõem-se as carnes cortadas em fatias finas sobre a massa não devendo chegar aos bordos
 5.   Estende-se então a segunda parte de massa e com ela cobrem-se as carnes metendo os bordos por baixo da primeira rodela de massa de modo a que as carnes não se escapem. Deixa-se a massa levedar novamente, pincela-se a superfície com ovo batido e leva-se a “EMPADA” a cozer em forno bem quente (200ºC) 
 Uma receita  retirada do livro “Festas e Comeres do Povo Português”Da autoria do nosso  conterrâneo Afonso Praça, de Maria de Lurdes Modesto e de Nuno Calvet. Enviado pelo Camané e publicado em 20/04/12

Pastéis de Santo António,por Virgílio Gomes


...Outro momento importante para esta receita foi a exibição no programa da RTP, “Caldo de Pedra”, 1979, apresentado por António Assunção, que se passava por frade, e esteve em Pernes para a reconstituição desta receita. Os textos do programa eram da autoria de Manuel Pedrosa (pseudónimo de Luis Sttau Monteiro) e teve produção e realização de Leonel Brito. Que bom rever estes programas! Durante o programa conta-se a estória de uma amiga, Dona Irene Cadima Gonçalves, hábil artesã de doçaria e destes pastéis, que dá a receita a outra. Passados uns tempos, e não tento tido notícias da experimentação, a que deu a receita perguntou à outra se tinha experimentado e qual foi o resultado. A outra respondeu que, de facto, “lhe tinha dado a receita mas que não lhe deu as mãos”! Pois é, já escrevi várias vezes sobre esta questão. A sensibilidade e os gestos não se ensinam, aprendem-se. Uma receita é como uma pauta de música. O sucesso está no executor.Está de parabéns a Junta de Freguesia de Pernes e a sua Presidente Salomé Vieira, pela coragem e gesto nobre de divulgarem esta receita com o propósito de reinstalar a tradição de “Santo Antoninhos”, como lhes chamou Dona Irene atrás citada. Vão aguçando o apetite pois em Junho haverá concurso com grande animação.
António Assunção, que se passava por frade
Crónica completa em:
A foto de António Assunção é do A.F.F.M.

Baixo Sabor -Trânsito na fragada dos Estevais

Foto A.F.F.M.

Vila Real - "Três dedos abaixo do Joelho"


"Três dedos abaixo do Joelho" é um espectáculo encenado e com dramaturgia de Tiago Rodrigues, sendo interpretado por Isabel Abreu e Gonçalo Waddington, que estará em cena no dia 30 de Março no Teatro Municipal de Vila Real, às 22h00. "Três dedos abaixo do joelho" foi premiado para Melhor Espectáculo de 2012 pela SPA (Sociedade Portuguesa de Autores).http://www.noticiasdevilareal.com

E se a censura fosse poesia? E se os censores se transformassem em dramaturgos? Tiago Rodrigues pega nos relatórios escritos pelos censores da época do regime fascista relativos aos cortes de milhares de textos de teatro para explorar uma herança que pode ajudar a “redescobrir o perigo e a importância do teatro na sociedade”.
A investigação foi levada a cabo na Torre do Tombo, onde Tiago Rodrigues se deparou com um arquivo enorme repleto de textos de teatro censurados pelo Secretariado Nacional de Informação, à época do Estado Novo. O que interessou mais ao criador foram os relatórios em que os censores explicavam os cortes e proibições de textos e encenações. Ao ponto de transformar em dramaturgos os que outrora foram entraves à liberdade artística.

quarta-feira, 27 de março de 2013

TRANCOSO - Último dia de neve

Foto A.F.F.M.
A antiquíssima Vila de Trancoso, que recentemente se tornou cidade, acolhe os visitantes num cenário medieval que os transporta para um tempo de sonho e maravilha. Pelas suas características únicas e o seu estado de preservação, Trancoso faz parte do restrito programa das “Aldeias Históricas de Portugal”.
Situado num vasto planalto, a 885m de altitude, Trancoso impõe-se na paisagem raiana, com o seu castelo altaneiro e cintura de muralhas. Quem chega à cidade, vindo de Sul, depara-se com a frondosa mancha verde do Parque Municipal que convida ao exercício físico através do seu circuito de manutenção, ao qual se segue a capela de S. Bartolomeu, do séc. XVIII, monumento comemorativo do casamento de D. Dinis com a Rainha Santa Isabel.

RIO DOURO - MONTE MEÃO

Foto  A.F.F.M.

Ainda há ladrões honestos,por Júlia Ribeiro


Há uns dias, numa tarde bonita, de sol e escassas nuvens, uma colega e eu fomos às compras ao Supermercado: iogurtes, fruta, pão, umas fatias de fiambre e um queijinho fresco. Era, mais ou menos, o que cada uma de nós trazia.
A minha amiga Inês passara antes pela farmácia para aviar uma receita dos medicamentos para o mês em curso. É que agora já tomamos determinados remédios (para hipertensão, colesterol elevado, etc,) que serão ad aeternum. Meteu o saquito dos medicamentos junto com as compras feitas no Super.
À saída do shopping chovia se Deus a dava. Nenhuma de nós havia levado guarda-chuva. Mas, por sorte, ali mesmo à mão de semear, estava uma loja chinesa. Fomos comprar um guarda-chuva. Eu escolhi-o e a  minha colega preparou-se para o pagar:pousou o saco das compras,  abriu a carteira, tirou o porta-moedas e pagou os "quatloeulos" ao chinês. Entretanto, eu abrira e fechara o chapéu de chuva. Funcionava. Saímos, demos talvez  uma dúzia de passos, quando a Inês disse: “Esqueci-me do saco das compras”. Voltámos atrás, mas nada de saco. Desaparecera,  evaporara.
Ela só dizia:“Não me importo do fiambre nem do resto. Mas os medicamentos … 50 euros pr’a juntar aos cortes que esses gatunos nos fizeram… é demais . E os remédios não vão servir a mais ninguém” . Eu refilava também,  só que nem refilanços nem  lamúrias  serviram de nada.
Fomos para casa. Mas, pelo sim e pelo não, eram aí umas 7 horas da tarde,  decidimos voltar  à loja chinesa. Mal entrámos, o chinês, todo sorridente, levantou o saco dizendo: ”Uma lapaliguinhatlazêl  teu saco”. 
Escusado será dizer que ficámos contentes e nos arrependemos de ter chamado gatunos e ladrões. Mas quando abrimos o saco verificámos que só os remédios tinham sido devolvidos.
O ladrão tinha fome e fora honesto. Devolveu os medicamentos,
Obrigada, Sr. Ladrão.

Viana-do-Castelo, 25.03.2013
Júlia Ribeiro 

ALFÂNDEGA DA FÉ -Ponte da ribeira de Zacarias

Foto A.F.F.M.
Ponte medieval de cavalete assente sobre dois arcos de volta redonda, que foi reconstruída na época moderna. Destaque para as três gárgulas que conserva.

TORRE DE MONCORVO - POSTAL ANTIGO



terça-feira, 26 de março de 2013

Sardinhas Doces de Trancoso



Sardinhas Doces de Trancoso
As irmãs do Convento de Santa Clara, em Trancoso, eram detentoras de autênticas especialidades a nível de doçaria. Como as morcelinhas de amêndoa, o folar da Páscoa, o bolo doce que acompanhava o queijo de ovelha amanteigado, as cavacas e a bola de folhas. Para além destes doces o mais famoso é sem dúvida as tradicionais Sardinhas Doces de Trancoso, sem escamas nem espinhas e com tripinhas de amêndoa. O Convento de santa Clara iniciou-se com 4 irmãs e estas, para poderem sobreviver, começaram a fabricar os doces acima mencionados.Após a morte das outras irmãs, Maria da Luz, conhecedora da receita da Sardinhas Doces de Trancoso, recusou-se a divulgar o segredo da receita. Porém, alguém pertencente ao convento, após a morte da irmã, revelou o segredo.Ingredientes: farinha de trigo; azeite; ovo; sal fino; água para a massa. No Recheio: açúcar; gemas batidas; miolo de amêndoa e água. Na cobertura: tabuleta de chocolate; açúcar amarelo e margarina.
http://www.rt-serradaestrela.pt/index.php/pt/sabores-da-serra1/gastronomia/sobremesas/item/275-sardinhas-doces-de-trancoso

Nordeste Transmontano - Ruínas do Interior -I

Foto A.F.F.M.

MUSEU DO DOURO - TEATRO


TABERNA DO CARRÓ e a Feira Medieval

Foto de Fernando Peneiras
Veja a Dona Dina na TV: 


http://www.facebook.com/artesabor.tabernadocarro?fref=ts 

Pedagogia no Estado Novo



A Dona Adelaide é um testemunho vivo do tipo de Pedagogia praticado pelo chamado Estado Novo. Claro que já havia grandes pedagogos por esse mundo fora: desde Rousseau a Pestallozzi, de Fröebel a Vigotski ,Montessori ou Piaget,entre outros. Mas todos eles eram proibidos em Portugal, porque entendiam que a criança devia ser tratada com mão orientadora, sim, mas permitindo que a sua mente pudesse desenvolver-se dentro de um clima de compreensão e liberdade. Só assim poderia tornar-se um homem de pensamento crítico, um homem livre e criativo, dinâmico e produtivo. Ora, tudo isto era o que o Estado Novo menos desejava: homens e mulheres de pensamento crítico? Nunca. O que convinha era que as pessoas fossem passivas e obedientes. De preferência analfabetas. Daí que “o pulso forte” fosse encorajado e os castigos, mesmo corporais, fossem permitidos. Neste campo, a Dona Adelaide relata-nos vários e variados: desde a palmatória à chapada, do ficar em pé num só pé até presa por um cordel…
 A necessidade que os pobres tinham do trabalho dos filhos acrescentado ao ódio que muitas crianças votavam ao professor “mau” e, por extensão, à escola, levava a que o abandono escolar fosse generalizado. Assim, o regime tinha sempre ao seu inteiro dispor mão-d’obra barata e abundante.
Como é óbvio, e felizmente, também havia professores bons e muito bons.A mim calhou-me em sorte ter uma excelente professora no Ensino Primário.

Também em Portugal tivemos óptimos pedagogos como António Sérgio, que, por razões políticas, foi perseguido e obrigado a exilar-se.

Viana-do-Castelo, 25.03.2013

RIO DOURO -Turismo

Foto enviada por Rui Cambóias

segunda-feira, 25 de março de 2013

TORRE DE MONCORVO - Cartões de Imigração - 1900-1965 (Brasil)



Fonte: Familysearch.org

Foz do rio Sabor

Foto A.F.F.M.

O rio Sabor é um rio que nasce na sierra de Gamoneda (final meridional dos Montes de León) na província de Zamora (Espanha), entra logo em Portugal, atravessa a Serra de Montesinho no distrito de Bragança.
Afluente da margem direita do rio Douro, passa perto da cidade de Bragança de onde recebe as águas do rio Fervença, indo desaguar perto da Torre de Moncorvo a jusante da Barragem do Pocinho, na aldeia da Foz do Sabor. O seu nome pronuncia-se de uma forma peculiar, abrindo mais o "a" e fechando o "o".Wikipédia

MUSEU DO CÔA - Férias da Páscoa


11 burros caem no estômago vazio

Nordeste Transmontano - Inverno,Primavera



Longe


na palma da mão recortada
pudera ser mais longe 
se quisesse

no peito, na alma 
mas não na esperança
aí seria demasiada 
a distância

assim 
num clique da lembrança
escorrendo pelos dedos 
a presença
que a mente ocupa 
e o peito enche
sabe-se sempre perto
e persistente


por Armando Sena

Nordeste Transmontano - TOPONÍMIA



Candidatura do Nordeste Transmontano, Zamora e Salamanca a Reserva da Biosfera


Candidatura do Nordeste Transmontano, Zamora e Salamanca a Reserva da Biosfera pronta até Setembro.
Ainda este mês, as regiões e autarquias envolvidas vão entregar projecto aos governos de Portugal e Espanha, que o apresentarão depois à Unesco.
A proposta da candidatura ibérica a maior Reserva da Biosfera da Europa será entregue no final do mês aos governos de Portugal e Espanha, anunciaram esta sexta-feira os promotores que esperam poder levar o processo, em Setembro, à aprovação da Unesco.
As regiões de Bragança, em Portugal, e de Salamanca e Zamora, em Espanha, começaram a preparar a candidatura há dois anos, através do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial - o ZASNET AECT - que engloba municípios do Nordeste Transmontano, concretamente da Terra Fria, Terra Quente e Douro Superior, do lado português, e de Zamora e Salamanca, do lado espanhol.

domingo, 24 de março de 2013

FOZ DO SABOR - 2013

Foto  A.F.F.M.

Turismo do Douro

Novos Centros de Informação Turística 
Turismo do Douro prepara 20 filmes sobre a região duriense
Apresentar todo o Douro ao turista que visita algum dos seus municípios é o objetivo do conceito dos Centros de Informação que estão a nascer na região garantindo equipamentos e estruturas modernas. Além dos vídeos que estão a ser preparados, a Turismo do Douro está a recolher no terreno e a preparar os conteúdos dos novos postos de turismo, o primeiro dos quais abriu já as portas em Vila Nova de Foz Côa.

Os Marranos de Trás-os-Montes

Lançamento do Livro: Os Marranos de Trás-os-Montes: judeus novos na diáspora: o caso de Sambade".
Título:Os Marranos de Trás-os-Montes: judeus novos na diáspora: o caso de Sambade"
Autores: António Júlio Andrade e Maria Fernanda Guimarães
Lançamento: 30 de Março  Local: Junta de Freguesia de Sambade Horário: 16h
RESUMO:           
Sambade é uma aldeia de Trás-os-Montes, ao Norte de Portugal. No século XVII albergava uma laboriosa comunidade de cristãos-novos que tornavam florescente a indústria de tecidos de linho, lã e seda, comunidade que foi desmantelada pela Inquisição em uma verdadeira operação de limpeza étnica. Fugidos de Sambade, os marranos fizeram-se judeus novos e na diáspora ajudaram à construção do mundo moderno. Em França, como professor da universidade de Paris e renomeado investigador do Centro de Estudos Espaciais, Jacques Blamont apresenta-se como descendente direto de uma das famílias fugidas de Sambade há 400 quase anos. Em Vancouver, Canadá, o famoso arquiteto Richard Henriques, no museu que construiu de sua família, reclama a herança dessa gente que de Trás-os-Montes partiu e foi dar vida a chãos da Jamaica e outras terras das Índias Ocidentais.

sábado, 23 de março de 2013

Estevais - Dona Antónia

Dona Antónia, de 90 anos, miga couves para as pitas e ainda vai buscar água a uma fonte situada a quatro quilómetros de Estevais, pois considera que tem mais qualidade que a da torneira.

Thomé Rodrigues Sobral - Ilustre moncorvense


Thomé Rodrigues Sobral, filho de João Rodrigues e Isabel Pires, nasceu em Felgueiras, Moncorvo,  a 21 de Dezembro de 1759. Matriculou-se na Universidade de Coimbra, em Matemática e Filosofia, a 29 de Outubro de 1779. Foi ordenado presbítero na Arquidiocese de Braga em 1782, e concluiu o curso na Faculdade de Matemática e Filosofia em 26 de Junho de 1783.
Contratado como docente da Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra, em Julho de 1786, foi provido no cargo de Demonstrador de História Natural, e depois, substituto extraordinário para as cadeiras de Física (em Outubro de 1786 e Julho de 1788), História Natural (em Julho de 1787) e Química (em Julho de 1789). Por carta régia de 24 de Janeiro de 1791, com a jubilação de Domingos Vandelli (1735-1816), foi nomeado Director do Laboratório Chimico, sucedendo-lhe no cargo que ele exercia desde 1772, por convite expresso do Marquês de Pombal. Pela mesma carta régia, foi nomeado Lente de Prima, proprietário da cadeira de Química e Metalurgia.
Foi sócio da Academia das Ciências de Lisboa, Cavaleiro professo da Ordem de Cristo e deputado às Cortes Constituintes de 1821. Em 24 de Maio de 1828 foi nomeado vice-reitor da Universidade de Coimbra, não tendo chegado a aceitar o cargo por doença, morrendo um ano depois, em Setembro de 1829. 
Referindo-se à acção que Rodrigues Sobral desenvolveu como Director do Laboratório Químico da Universidade de Coimbra, o cronista da Faculdade de Filosofia da mesma Universidade, na celebração do primeiro centenário da Reforma Pombalina, o Professor Joaquim Augusto Simões de Carvalho, resume: “no tempo da direcção deste Professor, os trabalhos práticos do Laboratório não cessavam, não só em delicadas investigações de chymica, mas ainda nas mais importantes applicações industraes. Faziam-se várias e repetidas experiências concernentes à respiração das plantas e a outros phenomenos da physiologia vegetal; ensaiavam-se processos para a conservação das substancias animaes e vegetates; preparavam-se sem descanso os principaes productos chimicos. Os Professores da Faculdade de Philosofia e os de Medicina frequentavam muito o laboratório; auxiliavam o seu director nas mais arriscadas experiencias de chimica; e emprehendiam outros trabalhos relativos às sciencias que ensinavam, consultando sempre e ouvindo os sábios conselhos do seu illustre collega. Foi uma épocha florescente e memoravel do ensino da chimica em Portugal”(Carvalho,1872, p.282).
Pelos muito trabalho que fez ao serviço da Química, trabalho esse que deixou extensa e minuciosamente relatado em longos escritos, e também pelas teorias que desenvolveu para o explicar, Tomé Rodrigues Sobral foi reconhecido por vários de seus discípulos e sucessores, como “o Mestre da pólvora”, “o Lavoisier Português” e “o Chaptal Português”. Referindo aqui muito do que ele fez no domínio da análise química, reconheceremos facilmente a razão de ser de qualquer destes epítetos (Amorim-Costa,1984,pp-67-95)
http://www.uc.pt/org/historia_ciencia_nauc/Textos/rodrigues/rodrigues