quinta-feira, 18 de abril de 2013

A mão que embala o berço,por Armando Sena



Lembro-me de um filme premiado, com este título.
Foi exatamente o que me ocorreu para intitular tão hábeis mãos que conduzem uma dança inigualável produzindo delícias que já não se usam.
Não são daquelas que se compram em embalagens luxuriantes que entram olhos dentro e depois, depois de “saboreada” a embalagem, o conteúdo sabe a pouco mais do que um logro. Não, estas não enganam, saltam à vista no saber de quem as faz, o aroma entranha-se-nos logo e, não sendo a embalagem luxuriante, o conteúdo possui um sabor inesquecível.
Saem das mãos das Cobrideiras, com o ouro que brota das amendoeiras, fruto do inclemente sol transmontano.
Quem sabe se o minério de Torre de Moncorvo não está dentro destas embalagens?
Armando Sena


3 comentários:

  1. Num texto breve, limpo e límpido, o Armando Sena disse tudo.
    Para quê mais palavras?

    Abraço para o autor e para a Dona Dina.
    Júlia Ribeiro

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  2. quem escreve com alma ,escreve assim.Belo texto,já faz parte da história da amêndoa coberta de Moncorvo.Campos Monteiro ,escritor moncorvense, também escreveu sobre este tema.Li o texto neste blog e agora percebeu que ninguém o leia.Era de facto um escritor de segunda.Escreva mais sobre a nossa terra senhor Sena.
    Leitor

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