domingo, 21 de julho de 2013

Voto de Congratulação e Louvor atribuído a Arnaldo Silva

Arnaldo Silva, proprietário do Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior - obra ímpar em todo o País e de iniciativa privada, com mais de 100 mil negativos desde o século XIX -, recebeu um Voto de Congratulação e Louvor, atribuído pela Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo, pelo trabalho apresentado no 1º Congresso Internacional da Faiança Portuguesa, que decorreu no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
Publicamos aqui, em pdf, a comunicação apresentada por Arnaldo Silva, assim como outros elementos relacionados com o Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior, entre os quais alguns vídeos sobre o espaço.
http://noticiasdonordesteultimas.blogspot.pt/2011/04/torre-de-moncorvo-projecto-de-arquivo.html#.Ueu_T9K1GHY

Nota do editor: Parabéns Arnaldo, devagarinho começa-se a fazer justiça e a reconhecer o trabalho feito.

6 comentários:

  1. Carlos Areosa escreveu:Parabéns, amigo Arnaldo Silva!

    ResponderEliminar
  2. Faço minhas as palavras do editor do blog.Parabéns professor.Avante camarada,mostre aos senhores bem estalados à mesa dos nossos dinheiros(impostos)como se trabalha.
    N.M.

    ResponderEliminar
  3. Recensão Crítica
    Revista Superior D’Ouro, Contributos para a Preservação do Património
    Cultural do Douro Superior, n.º 1, Torre de Moncorvo, 2009
    A direcção da Revista Campos Monteiro
    – história, património, cultura
    A indiscutível virtude da Revista Superior D’Ouro reside no facto de
    ter nascido a partir do valioso acervo que encerra o Núcleo Museológico
    da Fotografia do Douro Superior, inaugurado em Julho do presente ano,
    em Torre de Moncorvo, pelo Senhor Professor Adriano Vasco Rodrigues.
    Esta publicação transporta-nos, assim, para qualidades múltiplas: o valor
    dos artigos de que se compõe e que têm, como mais valia, a fotografia
    como suporte significativo para a sua compreensão; a possibilidade
    de novos estudos centrados nos registos fotográficos ou por estes
    complementados; o apelo ao conhecimento do valioso espólio que serve
    o concelho de Moncorvo e outros.
    Se é verdade que a nossa história local nunca foi negligenciada
    ela é, agora, indiscutivelmente facilitada pelas leituras ou releituras
    interpretativas do material facultado por este espaço de cultura.
    E aqui se assinala a generosidade do seu proprietário – Arnaldo Silva
    – que o coloca ao serviço dos investigadores e de mais interessados
    abrindo um campo de infindáveis perspectivas para o conhecimento
    da região. A Revista, esteticamente bem concebida, representa, enfim,
    A direcção da Revista Campos Monteiro
    362 Revista Campos Monteiro
    a união feliz de documentos vários cuja riqueza está bem expressa
    no conjunto dos trabalhos que oferece. Publica, ainda, para além das
    fotografias que ilustram os artigos, outros preciosos e raros exemplares,
    apontando já alguns para os temas do próximo número. Sobressai,
    neste conjunto, a da Casa do Cacau de Torre de Moncorvo e que se exibe
    na capa, numa simbiose perfeita da sua cor do tempo com os dourados,
    brancos e pretos que a rodeiam. A legenda que lhe corresponde diz-nos
    tratar-se de “um registo de elevado valor patrimonial e cultural” e que
    duas das colunas que lhe pertenciam se encontram, agora, no interior
    do Museu.
    A Revista abre com o artigo de António Júlio Andrade, Nos primórdios
    da fotografia em Torre de Moncorvo. O autor reporta-nos às primeiras
    notícias sobre a arte da fotografia em Moncorvo veiculadas pelo jornal
    Moncorvense. Entre elas, cita a da edição de 7 de Agosto de 1892, que
    refere a existência, na vila, do estúdio de B. Machado, fotógrafo do Porto
    que aqui se instalou. Moncorvo era, também, demandado por fotógrafos
    ambulantes a expensas de famílias abastadas que os contratavam para
    captarem algum acontecimento especial. E é o retrato de um deles, de
    alcunha Santa Velha, que se mostra. Tomamos conhecimento, ainda, que
    das fotografias mais antigas conhecidas e reproduzidas em papel, a do
    Convento de S. Francisco, apresenta a data de 1865.
    Adriano Vasco Rodrigues escreve sobre o Pobre Comboio do Douro.
    Lembra, em tom nostálgico, a pujança do Rio de outrora que “corria
    desenfreado inundando margens” e toma, como promessa vã, a sua
    navegabilidade futura. Lamenta, no mesmo ritmo literário de grande
    realismo, a perda do comboio e de toda a azáfama de gentes que
    envolvia, o desaparecimento da magia dos lagares do vinho da Régua e
    da sua paisagem, as guerras das barragens… E tudo lhe é dado perceber
    numa tradicional viagem de trem – mas sem poesia e sem história –,
    desoladora percepção do fim de uma época sem retorno que expressa
    no conjunto de lucubrações que partilha connosco. O seu trabalho integra
    Recensão crítica a Revista Superior D’Ouro
    Número quatro 363
    uma notável imagem do comboio a entrar na estação do caminho-de-
    -ferro em Moncorvo.
    CONTINUA

    ResponderEliminar
  4. À volta de três fotografias é o trabalho assinado por Carlos Seixas.
    Anota que as fotografias que estão na sua base lhe foram cedidas por
    José Manuel Ruano. Datam de 1 de Janeiro de 1894 e o Padre Adriano
    Augusto Guerra é o seu autor. O Colégio de Santo António, A Corredoura e
    O Theatro são as partes constituintes deste estudo que motivam o desfiar
    de preciosas e específicas informações: a criação e aspectos da vida do
    Colégio; uma das tricas políticas de outros tempos que teve lugar na Capela
    de S. Sebastião entre os Padres Adriano Guerra e Francisco A. Tavares;
    a representação levada a cabo por um grupo de amadores de teatro de
    Moncorvo, que existia em 1894, no edifício da Igreja do Convento
    Franciscano e que funcionava, então como teatro. Podemos apreciar,
    ao mesmo tempo, os conjuntos arquitectónicos da época, como o edifício
    do Colégio de Santo António, a Igreja e o Convento de S. Francisco, bem
    como a Corredoura, que o autor destaca como um espaço que destoava
    do resto da Vila por ser essencialmente rural e com um casario térreo
    e pobre.
    Carlos d’Abreu, em O início da construção da Linha do Sabor e a chegada
    do comboio a Torre de Moncorvo, desenha-nos o complexo processo do
    estabelecimento das linhas ferroviárias no Norte do Douro. Remontando
    aos estudos elaborados em 1878, fala-nos nas diversas opções de traçados,
    ponderadas umas e outras à luz das dificuldades de execução e exigências
    de construção de infra-estruturas que tornassem os projectos viáveis
    debatendo-se, ainda, as vantagens de uns e de outros. O autor aponta
    a insuficiência destas vias na região e o abandono a que neste campo
    estava votada, exigindo das edilidades locais constantes chamadas de
    atenção junto do poder político de Lisboa. A sua existência conduz ao
    desenvolvimento, perspectiva que Carlos d’Abreu claramente fixa entre
    os detalhados trâmites descritos no que à construção do caminho-de-
    -ferro do Pocinho a Miranda respeita. Oficialmente, o comboio começou a silvar em Torre de Moncorvo, em 1911. O trabalho é acompanhado
    de um conjunto de fotografias de grande beleza.
    Por este Douro abaixo, a primeira viagem ao Porto de Trindade Coelho
    e Campos Monteiro, de António Pimenta de Castro, fecha o conjunto
    de artigos que compõem este primeiro número da Revista. O autor
    reúne os dois escritores numa mesma experiência: a viagem de barco
    desde a foz do Sabor até ao Porto, dando voz a cada um deles quanto às
    impressões da mesma. Trindade Coelho saiu de Mogadouro, sua terra
    natal, em 1873, para prosseguir estudos no Porto. Confessou, mais
    tarde, que nunca iria esquecer-se dessa viagem referindo “uns poucos de
    dias” na sua duração. Campos Monteiro partiu do seu “pacato burgo de
    Moncorvo” com oito anos. Deixa-nos, com a profusão de pormenores a
    que recorreu, acompanhá-lo desde o ponto de partida, Rego da Barca,
    numa viagem não isenta de sustos e de rezas, até ao seu destino. Pimenta
    de Castro ressalta este receio de naufrágio nesse “rio de mau navegar”.
    O autor juntou duas importantes fotografias que retratam os escritores.
    Numa síntese do nosso comentário, permitimo-nos concluir que a
    imagem e os seus referenciais geram um discurso que desencadeia outros
    discursos, pela pluralidade de sentidos que comporta e pelos tempos
    diversos que trespassa. Assim, a fotografia revela o dinamismo de uma
    sociedade, quer pelas informações que difunde através da sua estética de
    comunicação, quer, ainda, pelas reflexões que desperta.
    A direcção da Revista Campos Monteiro
    364 Revista Campos Monteiro

    ResponderEliminar
  5. Arnaldo, querido amigo. No justíssimo louvor que lhe é dirigido, revemo-nos todos os que admiram o seu trabalho, a sua coragem e generosidade. É, enfim, o reconhecimento amplo de uma terra valorizada pelo seu gesto, pelo "nosso" museu de fotografia!!
    Sempre,
    Lila

    ResponderEliminar
  6. Parabéns Arnaldo. Estive na inauguração desse teu projecto e gostei de tudo o que vi . Só uma pessoa com a tua garra poderia abraçar semelhante tarefa. Mais uma vez parabéns e concretização de todos os projectos.

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.