No passado dia 18 de Agosto teve lugar em Bruçó
(Mogadouro) uma homenagem ao Pe.Telmo Ferraz.
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| Padre Telmo e Maria da Conceição Barros |
Em Bruçó, por ser a sua terra natal. E homenagem mais
que merecida, por toda a sua vida de dedicação aos outros.
Foi pároco em Picote quando a barragem era construída.
Todos os dias dezenas de homens, de uma magreza extreme, olhos de fome ,
cobertos de andrajos, apareciam em busca de trabalho. Analfabetos, apenas
sabiam manejar a picareta e o picão. A mulher e os filhos , na terra, à espera
dos magros escudos que eles conseguissem juntar e mandar-lhes. Muitos dormiam
em buracos nas rochas, que cobriam com ramos secos.
Quem lhes valia em todos os momentos de miséria e
penúria? O então jovem Pe.Telmo. Ele dava tudo: nunca chegou a ter um casaco
nem um par de calças novos, mais de um ou dois dias. Até as mantas e os
cobertores da cama ele dava.
Foi depois mandado para Malange para continuar, numa
barragem, o trabalho que havia desenvolvido em Picote.
Conta ele que todos os dias apareciam dezenas de
crianças famélicas, quase nuas, falando diversos dialectos, mas facilmente
entendíveis, pois a fome usa a mesma linguagem. O Pe.Telmo dava-lhes de comer e
afeiçoou-se aos miúdos que, já maiorzinhos, iam trabalhar na barragem.
Assim começou a Casa do Gaiato em Malange. A obra do
Pe.Américo tinha continuador no outro lado do globo e que continuador! Deve acentuar-se que esta obra era bem
conhecida em Portugal e em Angola.
Resumindo: veio a guerra e a Casa do Gaiato de Malange
serviu também de refúgio a muitos portugueses que, daí, com a ajuda do
Pe.Telmo, conseguiam transporte para Luanda e de Luanda para Portugal. Veio mais tarde a guerra civil e tudo o que o
Pe.Telmo construira, viu destruído.
Mas nunca desistiu e, felizmente, a sua obra foi
posteriormente reconhecida e a Casa do Gaiato de Malange funciona hoje
novamente em pleno.
Entre as muitas pessoas que vieram a Bruçó para
homenagear o Pe.Telmo, contava-se a minha irmã que, do Porto, veio a este fim de mundo dar um abraço ao seu
amigo de longa data: ela, jovem professora de 20 anos, em Genísio; ele, jovem
pároco de 22, em Picote e que, ao
Domingo vinha a Genísio celebrar missa.
O abraço dos dois velhos amigos foi emocionante.
PS --- Não posso deixar de acrescentar que, entre os
seus múltiplos afazeres e difíceis tarefas, o Pe.Telmo ainda escrevia poesia e
prosa.
“O
Lodo e as Estrelas”, 1960 , foi o seu primeiro livro, mas outros
se lhe seguiram:
“Mourela”
,
2011
E os dois mais recentes são: “Contigo no Planalto” e
“Pelo
Caminho das Tipóias”
22 de Agosto de 2013
Júlia Ribeiro
Na mesma página do Blog, ao lado de um padre que, pelos vistos , não sabe exercer o seu múnus, surge-nos outro padre que o é de corpo e alma.
ResponderEliminarO contraste é , não só visível, mas gritante. Um representa o sistema que parece estar mal; o outro representa a verdadeira Igreja de Cristo.
Quando um profissional é mau, é afastado, despedido, posto fora, pela entidade patronal.
E quando um padre não presta, o seu superior hierárquico não pode afastá-lo? Não pode ou não quer?
O padre José Telmo Ferraz foi ontem homenageado em Bruçó, Mogadouro, terra onde nasceu há 88 anos. A diocese de Bragança-Miranda distinguiu o presbítero numa cerimónia aberta a todos os amigos e admiradores, que quiseram mostrar o seu carinho pelo pároco. Nascido a 25 de Novembro de 1925, Telmo Ferraz foi ordenado sacerdote em Julho de 1951. Nos anos 50 e 60, a ajuda aos operários mais desfavorecidos da barragem de Picote e a construção da Casa do Gaiato, em Angola, são algumas das obras que marcaram a vida do sacerdote. Aos olhos dos fiéis, Telmo Ferraz é visto como um padre simples e amigo de todos. Homem de poucas palavras, o sacerdote mostrou-se feliz, mas ao mesmo tempo constrangido com a homenagem. “Acho que não merecidas homenagem nenhuma, sinto-me feliz claro, mas estas homenagens custam sempre, porque faço aquilo que Deus me manda e me pede”, refere o sacerdote.O bispo de Bragança-Miranda considera o pároco um servidor do bem comum. “ele é de facto muito conhecido porque é um servidor do evangelho da caridade, é um servidor do bem comum e toda a sua vida foi gasta nisso. Notabilizou-se sobretudo durante os trabalhos da construção da barragem de Picote e depois pela publicação do livro “Lodo e as estrelas” e por toda a sua acção na obra do Gaiato na diocese de Malanje em Angola”, elogiou D. José CordeiroForam centenas a pessoas que ontem quiseram homenagear o filho da terra.
ResponderEliminarAlém da eucaristia, presidida por D. José Cordeiro, foi apresentado um filme sobre a vida e obra do sacerdote, que continua a desenvolver o seu trabalho em Angola.
Escrito por Brigantia
A distância que vai do Padre Telmo Ferraz ao padre joão é a que separa o Papa Francisco de alexandre VI(BÓRGIA).
ResponderEliminarG.J.
Maria De Jesus Fernandes escreveu: Quando os meus pais eram vivos e recebiam o jornalinho "O Gaiato", li muitas vezes textos do Padre Telmo...
ResponderEliminarSe os Padres Telmo Ferraz e João fossem os candidatos à câmara de Torre de Moncorvo votava no Padre João.O Padre Telmo Ferraz gastava o dinheiro todo em obras sociais ,enchia a vila de ciganos vindos de todos os cantos,transformava alguns edificios da câmara em centros de recolhimento,centros de dia,recuperava os jardins-escola e pedia aos inquilos associativos que o ajudassem (ficavam a saber o que era o trabalho responsável),com o dinheiro do Quim Barreiros e do Tozé Martinho comprava leite e medicamentos.O nosso querido Padre João ,não!Fazia o multiusos que está prometido e até Freixo tem,abria a piscina aquecida todo ano em homenagem a S.João Batista,aumentava a ecopista a todos as capelas do concelho,transformava o antigo asilo numa Pousada para ricos para ter dinheiro para as compras do lar e outras,abria na corredoura um centro comercial do LIDL,QUE BEM FALTA FAZ.Aumentava o numero de funcionários criando postos de trabalho,apenas substituia o cartão do PS por um novo dos amigos da pastoral de Moncorvo.A Igreja estava sempre aberta e limpa -nas confissões em vez dos 3 padres-nossos e 2 avé-Marias da praxe,tinham que limpar 10 metros quadrados do adro- ,grátis para os sócios da pastoral e 1 € para os não sócios. O Padre João ao puder com H e tudo.
ResponderEliminarNoitibó
"E quando um padre não presta, o seu superior hierárquico não pode afastá-lo? Não pode ou não quer?" É TRANSFERIDO MESMO OS PEDÓFILOS.Aqui e ,nos Estados Unidos,França etc. é a regra da casa.
ResponderEliminarAo noitibó : se fosse ao senhor, metia os ciganos em Dachau, como fez o hitler. Será melhor eles viverem em barracas, com a inerente ocupação de espaços que não lhes pertencem ou num espaço condigno. Se procedem mal a GNR deve pôr cobro a isso não é a Câmara. O Padre João ´e um dos homens mais ricos do Concelho, como enriqueceu? Foi a rezar missas. Tenha juizo e saiba estar, seu politico de meia tijela
ResponderEliminarLembro-me de miúda em Miranda se falar muito do padre Telmo, pelas melhores razões é claro|Quando partiu deixou ficar muita saudade naquelas gentes, principalmente os mais carenciados. A mãe um dia disse a alguém que "ele dava os cobertores com que se cobria de noite", ficando sem nenhum.
ResponderEliminarO texto retrata bem aquilo que ele era. Li o livro o Lodo e as Estrelas, conheci, embora fosse muito pequena um"personagem" desse livro que mais tarde veio a falecer ainda novo de cirrose devido à miséria em que sempre viveu.Em nome de todos aqueles que ajudou um obrigada pelo seu bom coração que deveria servir de exemplo para quem governa este país.
Eu estive na merecida homenagem que lhe foi feita e conheci ainda algumas pessoas a quem ele ajudou tirando a sua própria roupa pª vestir o seu irmão mais pobre. Padres destes infelizmente são raros. O seu sucessor quando ele foi pª Angola foi também um padre de coração grande que foi o Sr. Padre Peixoto que fundou o Patronato na barragem de Bemposta e mais tarde passou pª Miranda do Douro pª que os filhos dos barragistas pudessem estudar e eu fui uma das beneficiadas desse projecto, Como ele já partiu pª o Criador está portanto num bom lugar e continuando a zelar pelos muitos filhos que deixou na terra, porq. eu acredito na vida pª além da morte. Estes eram padres que chamavam o rebanho pª a fé mas, infelizmente conheço muitos que espantam as ovelhas.
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