sexta-feira, 22 de novembro de 2013

TORRE DE MONCORVO

    Imagem enviada por Luís Afonso Guardado

MONCORVO - Jogos dos escalões de formação do GD Moncorvo

SÁBADO, dia 23 de Novembro!!

Campeonato Distrital de Benjamins e Infantis da AF Bragança, 4ª Jornada

Estádio Engº José Aires

GD Moncorvo x GD Poiares > 10 HORAS

GD Moncorvo x GD Poiares > 11 HOR
AS
Texto e foto enviados pelo Sílvio Carvalho 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

História da República – Volume I – A Ideia e a Propaganda, de Raúl Rêgo

Resumo:
Entre 1910 e 1926, ensaiou-se em Portugal a primeira experiência democrática e republicana. Mas o que sabemos nós sobre a história desse período? O que foi, de facto, a Primeira República Portuguesa? Um caos partidário e financeiro, um regime corrupto e anárquico, como insistentemente foi apregoado pela ditadura de Salazar?
No centenário do nascimento do jornalista, ensaísta e político Raúl Rêgo, reedita-se o primeiro de cinco volumes da sua mais importante obra, que, fruto de um rigoroso trabalho de investigação histórica, repõe a verdade dos factos. Inclui o prefácio original de Mário Soares.

Biografia do autor:
Raúl Rêgo, jornalista, ensaísta e político, nasceu em Morais (Macedo de Cavaleiros) a 15/04/1913 e faleceu em Lisboa a 1/02/2002.
Formado em Teologia, não chegou a ordenar-se padre. Depois de uma curta passagem pelo ensino, entrou para o jornalismo: Seara NovaReutersJornal do ComércioDiáriode LisboaRepública, A Luta, estes dois últimos como director, entre outras colaborações.
Dirigiu os Serviços de Imprensa das campanhas de Norton de Matos e Humberto Delgado e foi candidato a deputado pela oposição, em 1965 e 1969.
Fundador do Partido Socialista. Depois da revolução do 25 de Abril, foi Ministro da Comunicação Social, deputado às Constituintes e deputado à Assembleia da República, em várias legislaturas.
Maçon, foi Soberano Grande Comendador e Grão-Mestre, do Grande Oriente Lusitano.
Da sua bibliografia, constam publicações no campo da política, da bibliofilia, da Inquisição e da República, como: Para um Diálogo com o Sr. Cardeal Patriarca (1969, que lhe valeu a terceira prisão), Diário Político (1969), Os Políticos e o Poder Económico (1969), O Processo de Damião de Goes na Inquisição (1971), O Último Regimento da Inquisição Portuguesa (1971), Os Índices Expurgatórios e a Cultura Portuguesa (1982), O Último Regimento e o Regimento da Economia de Goa (1983) e a História da República (1986-1987).

Prefácio à 1.ª edição:
A história da República Portuguesa está por fazer. Há obras monográficas muito interessantes; mas não há nenhuma obra de conjunto. Luís de Montalvor, rodeado de excelentes colaborações, lançou a sua monumental História do Regime Republicano. Mas ficou no 5 de Outubro de 1910: na ideia republicana e no movimento da Propaganda. Carlos Ferrão publicou uma instrutiva História da República, na Editorial O Século, que termina no mesmo ponto: precisamente onde se esperava que começasse. Temos ainda os suplementos à História de Portugal de Barcelos – um meramente factual, com inegável interesse, que se deve à probidade do Professor Damião Peres; outro, que não se eleva acima de um trabalho propagandístico, de inferior qualidade: simplesmente lamentável. Não creio que exista nenhuma outra história de conjunto da República, embora ultimamente a historiografia portuguesa tenha sido enriquecida com excelentes trabalhos parcelares sobre os movimentos de ideias, as lutas sociais e alguns períodos, acontecimentos e figuras mais significativas, entre 1910 e 1926 – dezasseis anos perfeitamente decisivos para a interpretação e conhecimento da problemática contemporânea portuguesa.
Raúl Rêgo, começando também nas origens das origens, isto é, nos alvores do século XIX, dispôs-se a preencher essa lacuna, lançando mãos ao que deve ser o livro da sua vida, pelo escrúpulo e paixão que nele tem posto. Não sendo obviamente neutral, visto que se trata de um republicano confesso, admirador dos grandes vultos da nossa Primeira República, pôs contudo na sua História da República Portuguesa a isenção, o profissionalismo e a independência crítica de que tem dado sobejas provas ao longo da sua vida, de grande jornalista, de escritor e de exemplar cidadão.
Bibliógrafo e curioso dos enigmas da nossa História, coleccionador de velhos papéis e de folhetos que mais ninguém possui, polígrafo, historiador da Inquisição – sobre a qual deve ter uma das mais ricas bibliotecas privadas –, latinista e erudito, Raúl Rêgo foi acumulando, ao longo dos anos da sua brilhante carreira de jornalista, esmaltada por actos de uma incomparável coragem cívica, uma experiência única sobre a História da República, conhecendo pessoalmente muitos dos seus principais intervenientes e colhendo informações directas, depoimentos em primeira mão, de amigos próximos das personalidades com as quais não chegou a relacionar-se pessoalmente.
Poucos terão, como ele, tanta documentação, reunida pacientemente ao longo dos anos, de alfarrabista em alfarrabista, depoimento após depoimento, sobre o conturbado período da Primeira República. Não será assim de estranhar que a sua História lance nova luz e ofereça interpretações originais para um período da nossa História que o fogo cruzado das paixões não tem permitido, até agora, encarar com total serenidade e desprendimento.
Durante quase meio século a propaganda sistemática dos arautos da ditadura exerceu-se a denegrir e caluniar os homens da nossa Primeira República e as suas mais cristalinas intenções, transformando, um período decerto polémico mas dos mais interessantes e fecundos da nossa História na «balbúrdia sanguinolenta» a que se referiu o historiador oficial do regime deposto em 25 de Abril, João Ameal. Estamos agora em condições de poder estudar a realidade republicana na perspectiva e com a distância que o tempo confere a todas as coisas. E de reconstruir esse período histórico tão denso com serenidade e boa fé. As jovens gerações têm interesse em conhecer, com objectividade, as lutas apaixonantes em que se envolveram os seus avós e que têm tanto a ver ainda com os problemas que hoje vivem, felizmente em liberdade, como eles viveram, mas não as gerações, imediatamente posteriores, as que conheceram a ditadura, submetidas como estiveram à violência da censura e às discriminações e perseguições políticas. A essas pertenceu Raúl Rêgo, sabendo manter sempre – honra lhe seja – bem alto o facho da independência moral e da dignidade cívica.
História da República Portuguesa que agora nos oferece representa decerto um enorme labor de pesquisa, de investigação original e de interpretação, mas não pode também deixar de reflectir essa vivência profunda do homem que toda a vida amou entranhadamente a liberdade e foi obrigado, décadas a fio, a viver em ditadura, animado tão-só pelo exemplo honrado dos homens da Primeira República, eles também, na sua esmagadora maioria, fiéis até ao fim aos seus ideais patrióticos de liberdade e de justiça social.

Mário Soares 

DUAS CARTAS INÉDITAS DE TRINDADE COELHO E CAMPOS MONTEIRO

Por:António Pimenta de Castro

Nas minhas investigações sobre Trindade Coelho e Campos Monteiro para a elaboração de futuros trabalhos sobre estes escritores transmontanos, tenho deparado com muitas coisas interessantes, algumas delas inéditas, outras pouco conhecidas. Na verdade estou a recolher dados para a elaboração de algumas publicações sobre estes meus «dois amores» e a cada passo (felizmente) encontro coisas novas e interessantes que, na devida altura, terei todo o prazer de partilhar consigo. Foi o que aconteceu com estas duas cartas que agora vou partilhar com o leitor.
            Estas duas cartas fui descobri-las, posso bem dizer que, ainda praticamente inéditas. A primeira carta é de Trindade Coelho para Camilo Castelo Branco a Segunda de Campos Monteiro para Trindade Coelho.
            Vamos à primeira que, como referi, é de Trindade Coelho para o seu venerado Camilo. Para se perceber bem esta carta tem de se saber o contexto em que foi escrita. Trindade Coelho, findo o curso de Direito, concorreu para o cargo de Delegado régio do Ministério Público e com a ajuda de Camilo Castelo Branco foi colocado no Sabugal e pouco depois em Portalegre. Portanto, Trindade Coelho para além da admiração pelo escritor Camilo Castelo Branco devia-lhe esse favor que jamais esqueceu. Eis a carta:

                             “Ilustríssimo e excelentíssimo Senhor e
meu Grande e Querido Mestre:

            Hoje tem sido para mim um dia alegre...a ler nos jornais a simpatia afectuosa e o sincero entusiasmo com que todos recebem a sua visita a Lisboa.
            Eu também queria ir aí, mas o Tesoureiro- pagador não me deixa...Brindou-me hoje com o ordenado do mês que passou há 22 dias. E deu-me a fabulosa quantia de 16 mil reis com 625tostões(?) (1) Em compensação ainda não há 12 horas que promovi em 84 processos crimes! A sinceridade do meu desejo exige a sinceridade desta desculpa...De resto sou eu o primeiro...a não me conformar por elas. Mas enfim, é poderosa.
            Já gritei contra isto no Diário Ilustrado, analisando a última reforma judicial, mandaram-me calar, - sob pena de “me ser tolhido o futuro”.
Calei-me, quando não, tinha mais a dizer. Mas agora dão-me ganas de desferir nova carga, vendo-me privado de o ir visitar, em virtude de “gravidade das circunstâncias”. Daqui lhe envio porém as minhas afectuosas boas-saúdes, desejando vivamente que a visita à sua terra natal marque na saúde de V. Ex.a um período de vigor.
Se a doença fosse coisa que se pudesse repartir, eu oferecia-me para lhe ficar com metade. E não ficaria amortizada a minha enorme dívida de gratidão.
Palavra de honra!
Os meus respeitos a seu Ex.mo Filho cuja mão já uma vez apertei em Coimbra no quarto do Eduardo Carvalho, meu companheiro de casa.
Sempre, sempre às ordens de V Ex.a, como
                                     Discípulo, Amigo e criado
                                      Muito grato

                                        Trindade Coelho

                                  Portalegre, 22 de Setembro de 1887

VILAR DE PERDIZES - Património

Foto Lb

CHAVES - Padre Avelino


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

VILAR DE PERDIZES - Cruzeiro

Foto Lb

MUSEU DA MEMÓRIA RURAL - PADEIRA

Sporting Clube de Moncorvo - vitória justa mas muito sofrida.

Constituição das equipas. Sporting Clube de Moncorvo: 01 Rachado, 02 André, 03 Sérgio, 04 Mário, 05 Ruben, 08 Simão, 09 Hélder, 10 Honorato, 11 Tó Neto, 13 Carlitos e Treinador Jorge Paiva. Equipa Inicial 13, 02,03,04 e 05.
Prodeco – Centro Social Covões: 01 Vitor, 02 Moura, 03 Leo, 04 Fontes, 07 Neves, 08 Russo, 09 Rafa, 10 Geninho, 11 China, 12 Sérgio, 13 Tomé, 16 Tiga e treinador António Faina. Equipa Inicial 01, 02, 03, 08 e 10.
 Arbitragem: José Silva, Hugo Frades da A. F. Vila Real

Jogo muito sofrido por parte do Sporting C. Moncorvo, com os forasteiros a trazerem a lição bem estudada, uma 1ª parte de baixa intensidade, com a bola a ter um só sentido o da baliza do Covões, este muito fechados e praticamente nulos a atacar e só mesmo em contra-ataque, o fim da 1ª parte chega ao fim com um empate a zero a penalizar mais o da casa com algumas boas oportunidades desperdiçadas. A 2ª parte começa da mesma maneira da 1ª, mas desta vez o Sporting de Moncorvo consegue finalizar e marca o primeiro golo logo aos 2 minutos através de Sérgio, a equipa mantem a pressão alta e chega ao segundo ao 4 minutos por André, os de Covões mantinha a sua forma de jogar e o Sporting continuava a pressionar alto, tendo inclusive cometido muitas faltas, aos 11 minutos já tinham 4 faltas acumuladas, a equipa adversária apercebendo-se, começa a jogar com o guarda-redes avançado, e chega ao golo ao minuto 13 por Tiga com a bola a bater num atleta dos locais e a trair o seu guarda-redes, e logo no minuto seguinte e numa jogada a papel químico, inclusive com a bola a bater outra vez num atleta do Sporting e a trair o seu guarda-redes o Covões chega ao empate através de Moura, contar a corrente do jogo. Os da casa acusaram o empate e tremeram um bocado, mas voltaram a carregar no acelerador e criaram algumas boas oportunidades de marcar, mas ao minuto 18 André comete falta dentro da área do Sporting, tendo sido e bem assinalado grande penalidade com este a ver a cartão amarelo, já o publico “ruía as unhas”, tinha o Covões a grande oportunidade de dar a carambola no resultado por Tiga, mas eis que o guardião dos das casa faz uma grande defesa, levando o público ao delírio, mas o jogo ainda não tinha acabado e o Sporting mais com o coração do que cabeça tenta chegar ao golo da vitória, numa jogada de sorte após o lançamento de linha lateral Tiga introduz a bola na baliza defendida pelo seu guardião, o pavilhão quase vai abaixo com a alegria do público local, o jogo acaba assim com um vitória justa mas muito sofrida pelos de Moncorvo.
Texto e foto enviados por Leandro Carona

By Heart. Dez pessoas e um pomar de poemas,por Tiago Rodrigues

Tiago Rodrigues convida o público a decorar um soneto de Shakespeare. Nós tentámos cumprir. De hoje a sábado no Maria Matos, em Lisboa Isto aconteceu mesmo. E o problema é que nunca tive muito jeito para decorar textos. Pouso a mala, tiro a caderno para cima do joelho e, quando dou por mim, estou sentado ao lado de dez pessoas a decorar os primeiros quatro versos do 30.º soneto de Shakespeare. Ora vejamos se ainda me lembro: "Quando em meu mudo e doce pensamento/ Chamo à lembrança as coisas que passaram..." Ups. Mas o ensaio de imprensa já foi na semana passada, não me recriminem. E ir à internet é batota. Espero não ter desiludido ninguém. Além disso, a peça envolve muitas outras referências linguísticas, entrevistas, citações de autores e afins.

Estou desculpado? E o caro leitor prepare-se, porque o espectáculo só começa quando as dez cadeiras estiverem preenchidas. E só termina quando o poema estiver sabido. De hoje a sábado no Teatro Maria Matos, em Lisboa. Não tenha receio.
Tiago Rodrigues, encenador e actor, conta-nos uma história pessoal que decidiu levar a palco. Cândida, sua avó, tem 94 anos e vive em Trás-os-Montes.

TORRE DE MONCORVO - FELGAR (ANOS 30)






























Fotografias do professor doutor Santos Júnior.
RECORDAR:

MONCORVO - DA TRADIÇÃO À MODERNIDADE

                                  Prefácio

Da Tradição à Modernidade. Num título todo o desafio que se coloca à gestão autárquica. De Torre de Moncorvo como da generalidade dos municípios portugueses do interior.
Como conjugar o património edificado, mais-valia turística que nos distingue dos novos centros urbanos do litoral, com a qualidade de vida a que os cidadãos aspiram? Como fazer da tradição uma vantagem competitiva em lugar duma limitação paralisante?
Nesta matéria os extremos são demasiados fáceis e populistas, cada um de sua forma.
De um lado aqueles para quem a preservação integral do passado é um dogma, aqueles para quem tudo o que é passado é bom sem distinguir o que é digno de nota daquilo que meramente cheira a ranço. Aceitando acriticamente mesmo tradições que claramente ofendem a dignidade humana.
Doutro lado aqueles para quem o paradigma do desenvolvimento é o centro comercial, é tudo o que é novo fazendo tábua rasa dum legado histórico rico e que nos distingue.
Na simbiose tradição/modernidade há que encontrar a linha de rumo que não se refugie no CAPA (Cultura, Ambiente, Património, Artesanato), panaceia única a que se recorre na falta de visão do futuro. Se o etc. é o descanso do sábio e o refúgio do ignorante, o CAPA é meramente o chavão do incapaz ou daquele que desistiu.
Não resisto a lembrar uma evolução de sucesso que exemplifica a transformação da tradição numa vantagem competitiva. A amêndoa coberta, característica de Torre de Moncorvo, quase desaparecida há 25 anos atrás, abandonou a forma mais tradicional com elevado grau de açúcar envolvente e passou a privilegiar a chamada "peladinha", não só se adaptando a tempos menos condescendentes com o consumo de açúcar, como comercializando um produto de uso mais flexível.
A necessária adaptação aos tempos modernos é imprescindível, porque muitas vezes o preservar integral significa matar o que se pretendia salvaguardar.
Definir linhas de rumo que nos liguem do passado ao futuro, no âmbito dum debate franco, aberto e se possível aceso de ideias, consubstancia o propósito deste Seminário e doutras iniciativas vindouras.
Agradeço a colaboração de todos os que o tornaram um sucesso e nomeadamente ao Dr. Fernando de Sousa, seu coordenador.
Aires Ferreira
Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo
Edição: Afrontamento.Ano:2009
Versão total em PDF:http://www.cepese.pt/portal/investigacao/moncorvo.-da-tradicao-a-modernidade

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

UM LIVRO PARA DEGUSTAR

No sábado há castanhas na Poética!



ANTERO NETO NA POÉTICA

Na próxima sexta-feira a Poética recebe o autor Antero Neto para uma tertúlia literária onde muitos temas virão certamente a debate, incluindo os que deram conteúdo às suas mais recentes obras. 

Apareçam!


Sobre o autor: 


Antero Augusto Neto Lopes é natural de Bruçó, concelho de Mogadouro, onde nasceu em Junho de 1969. É licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. É advogado. Entre outras actividades, foi professor, autarca e dirigente associativo. Tem publicadas as seguintes obras: "Serões do Planalto" (contos), Editora Labirinto, 2006; "Bruçó - As Memórias Paroquiais de 1747 e 1758. Notas Históricas e Etnográficas" (ensaio), Editora Cidade Berço, 2010; "Toleradas em Mogadouro - O Suicídio de Maria Carçôna" (ensaio), edição do autor, 2012.
É membro da Academia de Letras de Trás-Os-Montes. Colabora esporadicamente com a imprensa regional e com as revistas "Epicur" e "!Bô". Mantém o blogue de divulgação local "Ho Mogadoyro".

Estas são as duas mais recentes obras do autor:


Homens de Granito, 2012, Lema d' Origem Editora



Zulmira morreu 15: Do ruído que a vida faz



Havia lixo no chão. E sombras. Os olhos de Zulmira não chegavam para as sombras espalhadas pelo chão. Nem para o lixo. Era dia de feira. Zulmira saíra de casa como fazia sempre que era dia de feira, para comprar hortaliças e fruta. Às vezes comprava outras coisas. Pijamas e roupa interior para os filhos, por exemplo. No Outono gostava de passear de tenda em tenda a regatear as camisolas de dentro. Não regateava o preço. Não, nada disso. Regateava o pelinho que cada uma tinha no avesso. Ganhavam as mais cardadas, as mais felpudas. Porque os seus filhos iam para escola e não podiam levar os abraços que ela lhes dava quando lhes pressentia os arrepios de frio. E precisavam, por isso, de umas camisolas interiores bem quentinhas, que fizessem lembrar abraços. Que fizessem sentir abraços. Zulmira tocava-lhes para sentir se teriam a temperatura certa. Apalpava-as, virava-as de dentro para fora, chegava-as ao nariz, para também lhes sentir o calor do cheiro que tinham.
Entretanto, havia lixo e sombras no chão. E ruído. Ruído espalhado pelo ar que Zulmira respirava. Pesado. Cada vez mais. Havia vozes disformes e roucas a inventar defeitos naquele e naqueloutro. A desenharem, no circo das tendas, enredos depreciativos de todas as pessoas. Zulmira perguntava-se muitas vezes como era possível que, sempre que voltava a atenção para fora de si, parecia haver alguém a falar de alguém. Alguém a julgar alguém. O filho da Carminda deixou a mulher. A secretária do 2º C anda com o patrão. O filho da divorciada do 3º A vai chumbar por faltas. O negócio daquele não vai longe. E nos intervalos do ruído, palavras de há dias a pesarem no ar. Palavras manchadas de sombras brancas. Trataremos de si, D. Zulmira.Vai ver que vai ficar boa. Tem uma nódoa na bata, doutor. Hoje em dia tudo se trata. Parece de fruta, doutor. Tenha esperança, D. Zulmira, vai tudo correr bem.
E foi num movimento de inspiração do ruído misturado com as palavras manchadas de branco que sentiu o coração a fugir e a levar as vozes, as sombras, o lixo, o próprio chão e as palavras. Zulmira caiu numa espécie de céu sobre o sono das folhas secas e nasceu-lhe silêncio por dentro.

Arqueólogos escavam sítio "raro" da idade do ferro que barragem do Sabor vai inundar

A EDP tem em fase final de estudo um dos "mais raros" povoados da idade do ferro posto descoberto em Portugal, fruto de dois anos de escavações em Crestelos (Mogadouro) na zona do Baixo Sabor, que ficará submerso. Para a equipa de investigadores, o local de escavações divide-se em duas partes, ou seja, um povoado defensivo construído nas partes mais altas das margens do rio Sabor e um local "raro" da idade do ferro em pleno vale do Sabor.
Contrariamente ao que é normal nos povoados deste período, construídos no topo de elevações por motivos essencialmente defensivos, este estende-se por uma zona de vale.
"A expectativa inicial era de que o sítio fosse de ocupação do período romano. À medida que fomos escavando, descobrimos uma ocupação interessante da idade do ferro, com indícios da idade do bronze, e até mesmo do calcolítico", explicou à Lusa Sérgio Pereira, arqueólogo responsável pelos trabalhos de investigação

"Memórias de Trás-os-Montes e Alto Douro - nos 55 anos do Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa"

A Editora Opera Omnia, a Directora Regional de Cultura do Norte e o Presidente da Câmara Municipal de Vila Real têm o prazer de convidar V. Exa. a assistir ao lançamento do livro "Memórias de Trás-os-Montes e Alto Douro - nos 55 anos do Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa", da autoria do Arq. Carlos Carvalho Dias, no dia 23 de Novembro, às 16h00, noMuseu da Vila Velha, em Vila Real. 

A obra será apresentada pelo Arquitecto Ricardo Santelmo.

https://www.facebook.com/museudavilavelha


Capela de Santo Amaro - Léguinha, freguesia de Vilar Chão, concelho de Alfândega da Fé.

Foto Lb

domingo, 17 de novembro de 2013

Torre de Moncorvo - Centro histórico

Prémio de Consolação,por Júlia Ribeiro

Uma tarde destas, a minha colega Vera contou-me uma estorinha com a sua graça.
 Foi  morar para um bairro ainda em construção e a vizinhança resume-se a quatro  ou cinco prédios onde vivem cerca de uma dúzia de famílias.Umas seis ou sete dessas famílias são casais jovens com um ou dois filhos.No total contam-se onze crianças entre os quatro ou cinco anos e os oito ou nove.
 O  curioso é que no meio daquela pequenada só há uma menina, a Sofia, filha da minha amiga.A miúda  tem seis anos e meio, já lê e escreve razoavelmente.Mais importante do que isso, foi bem aceite pelos rapazinhos porque, por um lado, ela é muito ágil : joga à bola, salta ao eixo, trepa às árvores e, por outro lado, não tem meninas com quem brincar.
A certa altura todos os garotitos queriam namorar com ela. Então a Sofia disse claramente que, para namorar, só gostva dos dois gémeos, o Carlos e o João, que são seus colegas na mesma sala de aula, e os outros aceitaram a situação.
No entanto, achavam um namoro muito estranho e um deles perguntou-lhe : -Como é que namoras com os dois?
A miúda nem hesitou na resposta : -Quando me zango com o Carlos, namoro com o João ; quando me zango com o João, namoro com o Carlos.
A resposta pareceu-lhes lógica e todos ficaram calados.Mas na semana passada, um garoto mais espertalhote lançou uma segunda pergunta : -E quando te casares, como é que é ?
E os gémeos perguntaram também : -E depois? Como é que é ?
Aí é que a Sofia ficou sem resposta.Deve ter pensado longo tempo e, passados dois dias, pediu à mãe papel de carta e um envelope. A coisa era formal !  A mãe forneceu-lhe o material pedido, mas ficou intrigada.
A miúda meteu-se no quarto e encostou a porta. A mãe perguntou-lhe do corredor se precisava de ajuda e ela respondeu um seco : -Não.
Uma horita depois deu-lhe a fome e foi lanchar.Os parceiros já estavam todos no larguinho a jogar a bola. Comeu e correu para a brincadeira. A sua importantíssima tarefa estava esquecida.
A mãe foi espreitar ao quarto.Em cima da mesinha, a folha de carta estava escrita e o envelope endereçado. Era para o João. Dizia :
-“João,eu gosto muito de ti. Mas gosto mais do Carlos e vou casar com ele.Não fiques triste, porque depois vais ser meu cunhado”.
A Vera deixou tudo como estava, mas ia pensando : -Que prémio de consolação!”

Júlia Guarda Ribeiro

"Farrusco, Um Cão de Gado Transmontano" de Isabel Mateus

Novo livro de Isabel Mateus
 A novela Farrusco, Um Cão de Gado Transmontano é o novo livro de Isabel Mateus. A Autora regressa assim às suas raízes fundas na ruralidade portuguesa através das sucessivas aventuras e dissabores do seu protagonista Farrusco.
 Os pergaminhos do Farrusco como cão de gado talharam o seu destino desde que brincava no terreiro ainda cachorrinho para vir a ser no seu mester um dos caibros responsáveis pela sustentação da trave do lar do seu senhor e da economia transmontana.
Sem ainda ter atingido a idade adulta e sem coleira, o Farrusco atirou-se ao lobo com a mesma coragem do seu pai, o Leão. Mais tarde, desarmou os ladrões de gado e devolveu sem demora o rebanho à corte; decifrou o mistério das galinhas feiticeiras; e, pacientemente, assistiu a Mocha durante o difícil parto dos cordeirinhos gemelgos no alto do monte. E sem ele o que teria sido feito do rebanho na Feira das Cerejas, à mercê de mãos gatunas?
Mas os episódios da sua saga não se esgotam aqui. O que fará o Farrusco quando o seu amo – o pastor Augusto – tiver passado a fronteira à semelhança dos demais em anos anteriores?
 Farrusco é uma boa prenda para oferecer, acolher e ler à lareira neste Natal!
Texto e foto enviados por Isabel Mateus

"Colheita de Incertezas" - comemora o seu primeiro aniversário.

No dia 17 (HOJE) de novembro, Colheita de Incertezas comemora o seu primeiro aniversário.
Da autoria de Armando Sena, este romance surge como o segundo livro do autor, depois do lançamento em junho de 2011 de Na Demanda do Ideal.
Após a sua apresentação em Lisboa, percorreu o país um pouco por todo lado, com especial relevância para Trás-os-Montes, donde o autor é natural. Entre os locais onde decorreram apresentações do livro, destacam-se: Chaves, Macedo de Cavaleiros e Vila Real.
Na altura de apagar a primeira vela, Parabéns a Colheita de Incertezas.

Sinopse:

E se hoje, após vinte anos, descobrissem um segredo seu?

Sob um suspense contínuo, criado especialmente para aqueles que acham que a vida não é monocromática, que entre o cinzento e o negro há uma paleta infinita de cores, Armando Sena faz desfilar a vida de cinco personagens, vista de um ângulo com janela aberta para o Douro.
As vinhas e o vinho como pano de fundo, o rio, o seu vale e as encostas, escondem segredos, alimentam paixões, são testemunhas de amores, traições e desencontros.
Nesse palco, vão-se desfiando histórias, digladiando anseios, desenhando frustrações e, do meio do cinzento, emerge o segredo que desvenda a colheita. A certeza de que a persistência é a melhor arma para expiar as agruras do mundo real.
Assim, tal como o rio no seu leito de inquietação encontra a foz, também os sentimentos desaguam num mar de plenitude e serenidade.

Vilar de Perdizes - Outono

Foto Lb
Vilar de Perdizes é uma freguesia portuguesa do concelho de Montalegre, com 25,56 km² de área e 460 habitantes (2011). Densidade: 18 hab/km². Tem a designação alternativa de São Miguel.É conhecido pelas reuniões anuais que aí têm lugar, subordinadas à temática da medicina popular.Até ao liberalismo fazia parte da Honra de Vilar de Perdizes, juntamente com as freguesias de Santo André e Solveira. Esta circunscrição tinha, segundo o censo de 1801, 1040 habitantes e 58 km².
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vilar_de_Perdizes

SAMBADE -Seminário " A castanha na economia local"

 Numa altura em que as atenções se viram para o setor da castanha enquanto promotor de desenvolvimento económico, a freguesia de Sambade, Alfândega da Fé, vai debater a importância deste fruto na economia local.
Numa freguesia que se assume como uma das principais produtoras concelhias de castanha, sendo a apanha e comercialização importante fonte de rendimento para os locais, a estratégia passa por encontrar formas de promover e valorizar produto. È neste âmbito que se insere a realização do Seminário “A castanha na economia local.” A iniciativa decorre a 24 de novembro, a partir das 14.00h, nas instalações da Junta de Freguesia.
O Seminário, organizado pela Junta de Freguesia em colaboração com o Município de Alfândega da Fé, vai trazer a debate temas como: o panorama atual da castanha; a transformação e comercialização do fruto; as doenças e as perspetivas futuras da cultura; a apanha e comercialização de cogumelos em soutos. No final haverá lugar a uma degustação de produtos à base de castanha.
Esta iniciativa conta com a participação de representantes da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast), da UTAD e da Associação Aguiar Floresta.
http://local.pt/seminario-a-castanha-na-economia-local-na-freguesia-de-sambade/

sábado, 16 de novembro de 2013

BAIXO SABOR - para mais tarde recordar!


Percurso TT ao Baixo Sabor
7 e 8 Dezembro 2013
 Preparamos para si um Raid todo terreno único e irrepetível!
De 7 a 8 de Dezembro deste ano, a Sabor Douro e Aventura organiza um programa de todo-o-terreno intitulado Percurso TT ao Baixo Sabor - para mais tarde recordar!”. O Programa terá a sua ocorrência no Vale do Sabor, com visitas guiadas, incluindo partes que irão ficar inundadas pela Barragem do Baixo Sabor, nos concelhos de Torre de Moncorvo, Mogadouro e Alfândega da Fé. Pretende-se ver o espólio das recentemente descobertas arqueológicas e visitar alguns locais onde se estão a implementar medidas ambientais compensatórias, sendo os participantes acompanhados por especialistas nos locais a visitar.
 Para realizar este programa tem que ter uma viatura 4x4. O percurso é feito com carta de itinerário/roadbook, o passeio é turístico e muito seguro, sempre com alternativas nas partes mais difíceis. A organização controla todo o percurso, estando previstos para o efeito postos de controlo de viaturas garantindo a segurança dos participantes.
Programa 2 dias

MUSEU DO DOURO - ENSAIO DE UM CRIME


Bragança-Miranda: Diocese aposta na recuperação e inventariação dos bens culturais

Foto do arquivo do blogue.


Bragança, 15 nov 2013 (Ecclesia) – A Comissão de Arte Sacra da Diocese de Bragança-Miranda esteve reunida para renovar a intenção de apostar na recuperação e inventariação dos bens culturais da Igreja local.
A comissão decidiu apresentar candidatura ao Novo Norte, um concurso público que contempla o inventário de bens culturais, informa a última edição do jornal ‘Mensageiro de Bragança’.
No que diz respeito ao inventário dos Bens Culturais da diocese, foi reforçada a ideia de dar continuidade ao protocolo estabelecido entre com a Associação das Terras Quentes em Macedo de Cavaleiros.
A próxima reunião da Comissão de Arte Sacra de Bragança terá lugar no dia 6 de fevereiro, em Vinhais.
MD
http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?&id=97746

Ernesto Rodrigues na Livraria Ferin

Duplo lançamento de Ernesto Rodrigues
Ernesto Rodrigues convida para o lançamento do romance histórico A Casa de Bragança e da colectânea de poemas Do Movimento Operário e Outras Viagens (Âncora Editora), no dia 27 de Novembro, às 18,30h, na Livraria Ferin, Rua Nova do Almada, 70-74, Lisboa. A apresentação será feita pelo Autor.

A Casa de Bragança abre com o casamento de D. Inês e D. Pedro nesta cidade, onde lhes nascera o segundo filho, D. João de Portugal e Castro, calhado para um trono que as vicissitudes pessoais e históricas entregaram ao meio-irmão D. João I. Essa figura é reabilitada na memória da família Roiz, cuja casa triangula a igreja de Santa Maria e a Domus Municipalis, outras moradas dentro da vila e cidadela, o que significa contar as origens do burgo, a construção do castelo e a linhagem dos Rodrigues, desde 1014, coetâneos da nacionalidade e dos Bragançãos, de que Inês de Castro também descende.
A narrativa é organizada por Afonso Roiz, cujas relações com os filhos do Mestre de Avis nos apresentam D. Afonso, primeiro duque de Bragança, D. Pedro e suas andanças europeias, D. Fernando e seu martírio em Fez, além da amizade com o segundo duque de Bragança, D. Fernando, requerente junto de D. Afonso V da carta de foral que faz de Bragança cidade (20 de Fevereiro de 1464) e o mesmo Afonso Roiz traz de Ceuta.
O manuscrito deixado por este é recuperado por outro Afonso Rodrigues (nascido em 1956), que não só acompanha as celebrações do quinto centenário do foral (1964), como, meio século depois, resolve enigmas da sua vida.
Do Movimento Operário e Outras Viagens reúne 40 poemas de quem se estreou, na poesia, há 40 anos.
Sinopse
D. Pedro e D. Inês de Castro casaram em Bragança, onde lhes nasceu o segundo filho, D. João de Portugal e Castro, calhado para um trono que as vicissitudes da História entregaram ao meio-irmão D. João I. Essa figura é reabilitada na memória de amigos que com ele conviveram até às vésperas da morte, em 1398. A casa da família Roiz triangula a igreja de Santa Maria e a DomusMunicipalis, outras moradas dentro da vila e cidadela, o que significa contar as origens do burgo, a construção do castelo e a linhagem dos Rodrigues, num lapso de mil anos.
A narrativa é organizada por Afonso Roiz, cujo pai tanto pode ser D. João de Castro como o sobrinho D. Afonso, primogénito do mestre de Avis e primeiro duque de Bragança. As suas andanças pela Europa, com o futuro regente D. Pedro (1425-1428); a participação no desastre de Tânger (1437), já companheiro de D. Fernando, Infante Santo, em Fez (1443); a amizade com o segundo duque, D. Fernando I, e presença no arraial de Ceuta, donde trouxe carta de foral dirigida à nova cidade (20 de Fevereiro de 1464) ‒ eis retrato singular de Quatrocentos.      
Essas duas partes ficaram impressas em fólios que outro Afonso Rodrigues (nado em 1956) colige: não só acompanha, aos oito anos, as celebrações do quinto centenário do foral (1964), como, meio século depois, resolve enigmas da sua vida.
Sinopse
Do Movimento Operário e Outras Viagens reúne um conjunto de poemas de Ernesto Rodrigues, escritor, tradutor, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e presidente da direcção da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
Escritos em viagem pelo mundo, os poemas tanto reflectem as vivências de diferentes cidades como são uma ode à família ou chamam a atenção para a história, a cultura e a sociedade portuguesas.

 Autor
Ernesto Rodrigues (Torre de Dona Chama, 1956) é poeta, ficcionista, crítico e ensaísta, editor literário, tradutor de húngaro. Professor auxiliar com agregação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, preside à direcção da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
Estreado em 1973, resume 40 anos de poesia em Do Movimento Operário e Outras Viagens, 2013. Na ficção, assinou: Várias Bulhas e Algumas Vítimas, 1980; A Flor e a Morte, 1983; A Serpente de Bronze, 1989; Torre de Dona Chama, 1994; Histórias para Acordar, 1996; O Romance do Gramático, 2011. Principais títulos ensaísticos: Mágico Folhetim. Literatura e Jornalismo em Portugal, 1998; Cultura Literária Oitocentista, 1999; Verso e Prosa de Novecentos, 2000. Editou ‘O Século’ de Lopes de Mendonça: O Primeiro Jornal Socialista, 2008, e Tomé Pinheiro da Veiga, Fastigínia, 2011.

TERRAS DE BARROSO

Foto Lb

Barroso, ou Terras de Barroso, é o nome dado, actualmente, à região formada pelos concelhos de Montalegre e Boticas.
Segundo as fontes, em 9 Junho de 1273, D. Afonso III, em carta de foral, funda a vila de Montalegre e o respectivo alcácer tornando-se cabeça das Terras de Barroso. Este foral foi depois confirmado por D. Dinis em 1289, D. Afonso IV em 1340, e D. João II em 1491. Em 1515, D. Manuel em converteu-o em foral novo. No reinado de D. João I, e na sequência da Guerra da Independência, as Terras de Barroso foram oferecidas a D. Nuno Álvares Pereira. Em 6 de Novembro de 1836, o concelho de Montalegre foi dividido, criando-se o novo município de Boticas e perdendo-se no processo, para o município de Vieira do Minho, o município de Vilar de Vacas (sediado em Ruivães) e, também, o Couto Misto de Santiago de Rubiás – Tourém.

Nordeste Transmontano - EFEMÉRIDES (16 / 11)

16.11.1623 – Carta régia ordenando a execução de obras no rio Douro, com vista à sua navegabilidade.

16.11.1771 – Decreto real proibindo a mistura de baga de sabugueiro na feitura do vinho.
Régua
16.11.1846 – Batalha de Valpaços, entre as forças fiéis ao governo de Costa Cabral, comandadas pelo barão do Casal e pelo visconde de Vinhais e as tropas radicais dirigidas pelo general marquês de Sá da Bandeia. A vitória foi dos Cabralistas. Este foi um episódio da chamada guerra da Patuleia.
16.11.1873 – Inauguração do hospital D. Luís, na Régua, cerimónia presidida pelo próprio monarca. Em 5 de Maio de 1957, transitou para novas instalações, cujo custo ascendeu a 4 mil contos.
16.11.1893 – Alvará de licença de exploração das Águas de Bensaúde pela firma Meneses Lopes & Cª.
16.11.1915 – Na quinta do dr. Júlio César da Fonseca Araújo, em Vale Frechoso, concelho de Vila Flor entrou em funcionamento uma “central” de energia eléctrica.
16.11.1954 – inauguração da rede de energia eléctrica de Vila Nova de Fozcôa. Era presidente da câmara o dr. Artur Aguilar e na cerimónia de inauguração participaram as Filarmónicas de Freixo de Numão, Custoias e Numão, bem como o Rancho Folclórico Fozcoense.
António Júlio Andrade

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

CARVIÇAIS - Produtos de qualidade


Nordeste Transmontano - EFEMÉRIDES (15 / 11)

Banda de  Carviçais
(2011)
15.11.1675 – A Câmara de Moncorvo requer ao padre Francisco da Silva, director do convento de S. Filipe de Néry, de Freixo de Espada à Cinta para que instale um convento da sua Ordem no Recolhimento de S. Nicolau, em Moncorvo.
15.11.1903 – Inauguração dos trabalhos da ponte rodo-ferroviária do Pocinho sobre o rio Douro, obra construída pela Companhia Industrial Portugueza e um dos belos exemplares da arquitectura do ferro. À festa de inauguração presidiu o ministro das obras públicas Conde de Paçô Vieira. A festa começou no dia anterior, pelo meio dia, altura em que foi lançada uma girândola de foguetes. Às 4 da tarde deram entrada em Moncorvo as delegações de Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro, trazendo à frente a Banda de Música de Carviçais.
Ao cair da noite, chegaram as delegações de Macedo de Cavaleiros e Bragança, chefiadas pelo deputado Alberto Charula. Todas as janelas das casas estavam iluminadas com lâmpadas venezianas, razão por que as ruas de Moncorvo apresentavam um aspecto magnífico. Houve um passeio cívico pelas mesmas ruas, com as Filarmónicas de Torre de Moncorvo e Carviçais à frente, fazendo-se vários discursos, de varandas de casas.
Na manhã do dia 15 tudo partiu para o Pocinho, ficando a vila quase deserta. Ali tocaram as Bandas de Infantaria 6 (do Porto), de Fozcôa e Carrazeda de Ansiães, para além das de Moncorvo e Carviçais. Houve um banquete oferecido pela firma construtora e discursos do presidente da mesma empresa, do deputado Ferreira Margarido e do ministro.
Gerou-se depois alguma confusão e até cenas de pancadaria entre os de Torre de Moncorvo e de Vila Nova de Fozcôa. O pretexto foi o de não terem deixado discursar o ex-governador civil da Guarda e deputado por Fozcôa, dr. José Cavalheiro. Aliás, este político, bem como seu irmão, Adriano Cavalheiro e a câmara de Fozcôa eram muitas vezes acusados de andar a sabotar lá por Lisboa a construção da ponte, pois ela não interessaria àquele concelho, na medida em que perderia uma boa fonte de receita que era a metade da renda da barca de passagem ali existente.
Destaque-se o trabalho da comissão dos festejos que era presidida pelo moncorvense Casimiro Vasco Ferreira de Leão e secretariada por Artur Lopes Cardoso.
15.11.1924 – Correspondência remetida ao delegado do procurador da república em Moncorvo, pelo comandante da polícia civil:
- Para conhecimento seu, remeto o incluso exemplar do regulamento das sociedades secretas de propaganda do comunismo, conhecidas por “Legião Vermelha” para poder avaliar os meios nocivos que adoptam os inimigos da ordem e da sociedade.
António Júlio Andrade

A Cultura da Amêndoa no Douro Superior – História, Tradição e Património, de Lois Ladra

Sinopse:
A amendoeira no Douro Superior, isolada, plantada em bordadura ou formando amendoal, constitui um património cultural, económico e paisagístico que deve ser preservado e transmitido com orgulho e dignidade às gerações vindouras. As magníficas qualidades organolépticas e o marcado sabor da amêndoa duriense devem constituir a base sobre a qual possam vingar no território novas indústrias artesanais de produtos gastronómicos que tenham a amêndoa como protagonista. Vinho, azeite e amêndoa constituem os três pilares identitários da mesa duriense, sem os quais não se poderia compreender nem apreciar a excelência paisagística e culinária destas terras.

Autor:
Lois Ladra é natural da Galiza. Licenciou-se em Antropologia Social e Cultural na UNED, em Geografia e História na Universidade Complutense de Madrid, e é mestre em Arqueologia pela Universidade do Porto.
Como investigador independente, tem dirigido numerosos projectos no âmbito da etnografia rural, na região das Beiras (Alta e Baixa), Douro Superior, Trás-os-Montes e Galiza. É autor de mais de meia centena de artigos em revistas especializadas e de duas monografias: Arte relixiosa na Terra de Valga. Cruceiros, cruces e petos de animas (Corunha, 2002, Prémio de Investigação Xesús Ferro Couselo) e Caneiros, pescos e pesqueiras. A pesca tradicional nos rios da Galiza (Santiago de Compostela, 2008, Prémio de Investigação Vicente Risco).
Nos últimos tempos tem trabalhado no estudo dos impactos ambientais sobre o património rural construído nas bacias hidrográficas dos rios Tua, Sabor e Ocreza.

Prefácio:
O título do livro que agora é dado à estampa, A cultura da amêndoa no Douro Superior. História, Tradição e Património, espelha cabalmente o conteúdo desta obra. A ampla e sólida formação do autor – licenciado em Geografia e História, licenciado em Antropologia Social e Cultural e mestre em Arqueologia –, atravessa e dá corpo à investigação que lhe serviu de base e deixou-nos, sobre a mesa, um estudo denso e completo sobre o tema.
Lois Ladra começa por nos introduzir a árvore, o fruto e a sua distribuição regional. Num mapa, à décima oitava página, mostra-nos, juntamente com o Algarve, o Douro Superior como a principal zona produtiva do país. Elucida-nos “a amendoeira é uma árvore que não requer um tipo de solo muito desen­volvido nem pesado. Muito pelo contrário, nos países de clima mediterrânico e mais concretamente em Portugal, é frequente encontrá-la nas terras mais pobres e de sequeiro”. Percebemos desde logo que nos vai ser dada a chave para olhar para a paisagem de outro modo e reconhecer na amendoeira um aliado dos solos magros que orlam o Douro quando atravessa as terras em que a densidade de ocupação humana é mais escassa. O capítulo seguinte, no qual o autor nos ilustra o ciclo tradicional dos trabalhos na amendoeira, leva-nos mais longe neste retrato: “a amendoeira é uma árvore que não exige demasiados cuidados”. Uma árvore pois pouco exigente, adaptada aos horizontes onde o calor seca, o frio fustiga, a água escasseia e os homens foram rareando... E chegamos ao olhar do historiador e arqueólogo – a história da amêndoa no Douro Superior. Interessantíssimas páginas. Numa toada quase romanesca, Lois Ladra percorre a principal bibliografia de modo leve, gizando o estado da arte, trazendo-nos, por entre as fontes e os estudiosos, de século em século, até aos dias de hoje. Uma agradável toada galega que, aqui e ali, se intui na construção frásica, acrescenta um sabor literário a este capítulo.
Instalamo-nos, nas páginas seguintes, na tradição e no património que o título nos anunciava, enquanto o autor nos conduz por entre os usos medicinais e alimentares da amêndoa, destacando a amêndoa coberta de Torre de Moncorvo, e seguem múltiplas referências a este fruto na literatura popular.
Termina a obra traçando-nos o quadro actual e conclui: “a amendoeira, isolada, plantada em bordadura ou como amendoal, constitui um património económico, cultural e paisagístico”. Se olharmos atentamente as elucidativas infografias que o autor produziu, percebemos o valor patrimonial da paisagem de que nos fala. Atravessamos dois bens classificados como património mundial, dois amplos territórios – o Douro Vinhateiro e o Parque Arqueológico do Vale do Coa –, a Reserva da Faia Brava e o Parque Natural do Douro Internacional, que ao longo de 87 mil hectares velam as margens deste rio. Um território justamente classificado. Para o perceber, basta vivê-lo uma vez.
Lois Ladra, nascido há 41 anos na Galiza, várias vezes premiado pelos trabalhos que realizou sobre o património vernacular galaico-português, há mais de uma década que decifra e nos transmite os saberes populares e agora nos fala, sapientemente, das “imagens, fragrâncias, sons, saberes e sabores”. Assim mesmo remata a obra que a Fundação Museu do Douro encomendou à Associação para a Pro­moção da Arte e Cultura do Vale do Coa e Douro Superior que a entregou ao experimentado olhar do autor. É a investigação rigorosa que nos permite conservar, divulgar e fruir o património. É afinal a investigação que acrescenta património ao património...

Alexandra Cerveira Pinto
Figueira de Castelo Rodrigo, Julho de 2013

TORRE DE MONCORVO - Sabor e Arte


MONTALEGRE -Penedo do Caracol

Foto cedida pelo Padre Fontes

domingo, 10 de novembro de 2013

Sporting C. Moncorvo - Primeira vitória fora

Constituição das equipas:
ABC-Nelas; 01 André, 04 Gonçalo, 05 Ricardinho, 06 Russo, 07 Rafa, 08 Edu, 09 Berto, 10 Mário, 11 Cruz, 12 Sérgio, 15 Pedro e treinador Augusto Assunção.
Sporting Clube de Moncorvo; 01 Rachado, 02 André, 03 Sérgio, 04 Mário, 05 Ruben, 09 Hélder, 10 Honorato, 11 Tó Neto, 13 Carlitos e treinador Jorge Paiva.
Árbitros da A.F. Coimbra Tiago Queirós, Hugo Mendes e cronometrista Gustavo Gomes.
     O Sporting de Moncorvo entrou muito apático no jogo e logo aos 2 minutos sofre o 1º golo através de Gonçalo, o ABC-Nelas pressiona muito alto e encosta a equipa visitante atrás, mas sem muitas oportunidades, contra a corrente o Sporting de Moncorvo marca o golo do empate ao minuto 7 por Honorato, mas o jogo não mudou e os locais dominaram mais e acabam por marcar o segundo a dois minutos do intervalo por Ricardinho, acaba a 1ª parte com vantagem dos da casa a merecerem mais.   A segunda parte começa e o jogo é diferente, com um Sporting mais dominador, e a pressionar mais os da casa, não é de admirar o golo  do empate, que só peca por ser tardio ao minuto 10 por André, que iria ser a grande figura do jogo ao apontar um hat-trick com os  golos a acontecerem ao minuto 12 e 16. Os da casa tentam chegar ao empate e colocam o guarda-redes avançado, mas só marcariam ao minuto 18 por Russo, a pressão dos da casa manteve-se até ao fim mas o resultado não mais se alterou. Primeira vitória do Sporting C. Moncorvo fora, que foi justificada pela excelente segunda parte e do seu guarda-redes Carlitos com excelentes defesas,  a arbitragem esteve em bom plano. Resultado Final ABC-Nelas 3 Sporting C. Moncorvo 4.
 Leandro Carona