sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

QUANDO À PORTA SE ASSOMA UM TEMPO DE ABANDONO,AMADEU FERREIRA (Texto)LUÍS BORGES (Fotografia)

[Aldeia da Serra do Barroso.
 Boticas. 2013]
não esperava o banco por ninguém e têm as aranhas todo o tempo, que não virá nenhum
correio interromper o seu labor de mumificar o olhar da aldeia em abandono; não está o
cajado com saber para prosseguir novos caminhos; falta descobrir a que mundos ainda
se prende a argola ou os dedos gostariam de se agarrar e saber em que tempos lançaram
raízes as histórias que se alongam pelos fios da ainda virgem barba e que tantas vezes
nos portais se fizeram folhetim: falhos de esperança, porque só confiantes no bolso
cheio, do avental, tornam impossível os olhos encontrar respostas para um olhar novo,
mantendo vivo o grito de uma pergunta sem tempo, a pedir resposta: que milagre
permitiu chegar até aqui?


,AMADEU FERREIRA (Texto)LUÍS BORGES (Fotografia) 

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2 comentários:

  1. Quem esperava que texto e fotografia casassem desta maneira tão espantosa?

    Para ambos o meu bem-haja por tanta beleza e o meu abraço.
    júlia

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  2. O poeta mostrou-me o que os meus olhos não viram.
    Obrigada,Amadeu Ferreira.Bem-haja,Luís Borges.

    Uma moncorvense

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