terça-feira, 14 de janeiro de 2014

TORRE DE MONCORVO - GENERAL TOMÉ PINTO,um ilustre moncorvense

(Texto editado em 14 /01/2011)
Celebra hoje o seu 75º aniversário, o Ilustríssimo maçorano General Alípio Tomé Pinto.


Nasceu em 14.1.1936, no lugar de Maçores, do concelho de Torre de Moncorvo.
É licenciado em Ciências Militares e seguiu a carreira do Exército, na Arma de Infantaria. Teve um percurso brilhante, chegando ao posto de General, (em 5.5.1981) quando tinha apenas 45 anos de idade. Todos os seus actos em campanha foram reconhecidos como "heróicos de abnegação e de Valentia extraordinários", pelo que foi condecorado com a medalha de prata de Valor Militar com Palma e promovido, por distinção, ao posto de major. Cumpriu missões em Angola e na Guiné e comandou uma Brigada Portuguesa (durante 2 anos), intervindo em exercícios da NATO de que resultaram duas menções honrosas e as melhores ligações com o Exército Italiano e Reino Unido. Teve papel decisivo nos acontecimentos do 25 de Novembro de 1975, os quais levaram à consolidação da democracia em Portugal. Foi Chefe de Estado Maior da Região Militar de Lisboa, logo após esses acontecimentos, com o posto de Coronel. Em 28 de Agosto de 1982 é escolhido para Comandar a Guarda Nacional Republicana, até 4.1.1988. Foi assessor do General CEMGFA para os assuntos de pessoal e logística, desde Maio de 1981 a Agosto de 1982. Exerceu as funções de Quartel Mestre General no Exército a partir de 4 de Janeiro de 1988 e depois as de Vice-Chefe do Estado maior do exército de que pediu a exoneração em Março de 1991. Em Junho de 1991 foi nomeado, por escolha, para representante de Portugal na Comissão Conjunta para a Formação das Forças Armadas Angolanas nos termos do Acordo de Bicesse. Em 4.5.1993 foi colocado como Juiz Vogal no Supremo Tribunal Militar. Da sua folha de serviços constam: treze louvores ao nível de Ministro ou Oficial General, quinze condecorações nacionais, dez condecorações estrangeiras. Desde Janeiro de 1995 tem vindo a exercer funções de Curadoria ou Consultadoria nas Instituições ou Empresas de Direito Privado, fazendo parte em alguns órgãos sociais. O General Tomé Pinto é um dos mais prestigiados militares Portugueses da sua geração.

Fonte: http://www.bragancanet.pt/filustres/apinto.html

Texto enviado por Filipe Camelo, dinamizador do Fórum de Maçores, que saúda e dá os parabéns ao senhor General Tomé Pinto, desejando-lhe muitas felicidades.

16 comentários:

  1. Parabéns ao ilustre maçorano e votos de muitas prosperidades.

    Leonel Brito

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  2. Amigo general. Parabéns! Um abraço. A. Júlio

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  3. Parabéns, Amigo General Tomé Pinto.
    Que faça muitos mais, com saúde, e eu cá com todos os Amigos, para festejarmos.

    Um grande abraço
    Júlia

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  4. Um General que não deixou boas recordações aos militares da Guarda. Os únicos que têm boas recordações são os da sua terra natal.
    De qualquer forma desejo um feliz aniversário ao Sr General.

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  5. BOA Filipe.
    Quando a coisa treme, quando as coisa se complicam, é sempre bom ter alguém "tão ilustre" que nos possa "desenrascar".
    É esse o termo militar, não é?.
    Quem é esse senhor, para Torre de Moncorvo?
    Tenho 52 anos e não conheço.......
    Alguem antes escreveu;
    "Um General que não deixou boas recordações aos Militares da Guarda".
    Porque será? Desconheço, mais uma vez.

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  6. Ao "Ilustre" Anónimo "Aflito" do dia 19 de Janeiro, apenas lhe posso dizer uma coisa muito simples:

    Uma pessoa com 52 anos de idade e não conhece quem foi o Gen. Tomé Pinto para Moncorvo?
    Olhe... eu tenho 33, mas fique descansado e desenrasque-se lá o sr. anónimo da melhor forma que achar e, na vez de perder tempo em comentar assuntos que desconhece, opte por procurar na internet, por exemplo, quem é que o General foi para Moncorvo. Certamente que achará uma resposta melhor que aquela que eu lhe poderei dar. Caso contrário, dedique-se à pesquisa, posso sugerir que vá à Camara de Moncorvo, a Maçores e a todos os outros lados que julgar como necessários e indague todas as questões que lhe estão a afligir a sua personalidade anónima.
    Sabe como é que se diz na gíria militar, a quem não sabe determinado assunto?
    "Estudasses meu amigo, estudasses." - Pois meu caro amigo, é esta a minha mais breve resposta que lhe posso indicar.

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  7. Pinto, Alípio Tomé

    De renome nacional e em alguns aspectos internacional, o General Alípio Tomé Pinto, nosso contemporâneo e amigo de infância foi uma das figuras mais marcantes e de maior prestígio a nível concelhio, na última metade do Século XX.
    Filho de Bernardo Domingos Pinto e de Virgínia, Amélia Pinto, proprietários rurais, nasceu em Maçores - Moncorvo, em 14 de Janeiro de 1936. É casado com D. Maria Lucília Jorge Rato Pinto, pai de Isabel Maria Rato Pinto e Margarida Maria Rato Pinto.
    Fez a instrução primária na Escola Mista de Maçores e efectuou os estudos secundários no Colégio Campos Monteiro, fundado em Moncorvo pelo mui nobre Dr. Ramiro Salgado. Completou-os posteriormente no Liceu Alexandre Herculano, no Porto e no Liceu Nacional de Bragança.
    A Câmara Municipal de Moncorvo, com a presidência do Eng. Fernando Aires Ferreira, prestou-lhe uma justa e merecida homenagem, que decorreu no Cine-Teatro de Moncorvo (repleto), em 4 de Abril de 1993, integrando conterrâneos, amigos e familiares, vindo alguns de Lisboa e grande multidão vinda essencialmente das aldeias de Maçores, Ligares, Felgueiras, Urros e Açoreira, onde gozava de muita popularidade. No tocante às autoridades do Distrito de Bragança, estavam presentes o representante da Associação dos Deficientes das Forças Armadas - Alípio Ferreira, Intendente da PSP, Comandante Distrital da GNR, Comandante das Brigadas de Trânsito da GNR, Presidente da Comissão Regional de Turismo do Nordeste, Delegado da DGD, Comandante da GF, além de autarcas e outros representantes de Instituições Particulares e Organismos Oficiais.
    Faziam parte da Comissão de Honra:
    Sr. Presidente da República, Dr. Mário Soares, que se fez representar pelo Coronel Manuel Monge.
    Sr. Primeiro Ministro, Prof. Cavaco Silva, que também se fez representar.
    Ministro da Defesa Nacional.
    Ministro do Planeamento e Administração do Território. Ministro da Administração Interna. Ministro da Agricultura.
    Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas.
    Chefe do Estado Maior do Exército, General Cerqueira Rocha.
    Comandante do Batalhão n.º 4 da G.N.R., Coronel Casaca.
    Comandante da Academia Militar, General Almeida Bruno.
    Comandante da Região Militar do Norte, Brigadeiro Azevedo Maia.
    Presidente do Supremo Tribunal Militar.
    Governador Civil de Bragança, Cruz Oliveira.
    Presidente da Câmara Municipal de Moncorvo, Eng. Fernando Aires Ferreira
    Presidente da Assembleia Municipal de Moncorvo, Dr. Joaquim Reboredo, além de outras Altas Individualidades.
    Abriu a sessão o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Moncorvo, que explicou o porquê da homenagem, tratando-se de pagar uma dívida anterior, vendo-se a edilidade forçada "a obrigar o seu credor a recebê-la", que já deveria ser saldada após a inauguração do Quartel da GNR em Moncorvo, onde o general Tomé Pinto não pôde estar presente. Continuou Aires Ferreira que nesta altura não havia motivo que justificasse tal prorrogação, a não ser a natural modéstia do general, achando este que não tinha feito mais que cumprir o seu dever. Teceu-lhe além de outras, considerações a do seu contributo para o Estado Democrático Português e progresso da vila de Moncorvo.
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  8. CONTINUAÇÃO:
    Seguiram-se outros intervenientes, sendo de destacar o Presidente da Junta da Freguesia de Maçores, meu irmão Luís Fernandes, professora Camila Alves Costa, enfermeiro José Oliveira - furriel que o assistiu quando foi gravemente ferido numa emboscada na Guerra do Ultramar, general Almeida Bruno que confessou estar presente pela grande amizade que os unia e pelo seu contributo na sua formação militar, intervenção do representante da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, Alípio Ferreira, que referiu o general Tomé Pinto como "um homem de 1ª linha, porque nunca foi chamado homem de ar condicionado, mas antes um homem com grande apego ao camuflado".
    Pela grande amizade que nos une desde criança, por havermos sido vizinhos e conterrâneos, coube-nos a honra nesta cerimónia oficial, que se traduziu na consagração da sua Carreira Militar, manifestar-lhe, numa singela e sentida prelecção, a concepção que dele tínhamos, onde realçámos sua simplicidade, modéstia, carácter recto, vontade forte, integridade moral, sentido de fraternidade, igualdade e justiça.
    Sr. Presidente da República de então, Dr. Mário Soares, que visitou Moncorvo em Fevereiro de 1987, enviou-lhe uma mensagem que foi lida pelo seu assessor e representante, o Coronel Manuel Monge durante a sessão, classificando-o de militar impoluto, patriota, cumpridor, zeloso, ao longo da sua longa e brilhante carreira e que apresentamos:
    "Foi com o maior gosto que aceitei o convite para presidir à Comissão de Honra da Homenagem ao General Tomé Pinto e, bem assim, é com muito prazer que, por intermédio do meu amigo e assessor Coronel Manuel Monge, desejo expressar, nesta cerimónia, a minha alta consideração e estima pessoal pelo homenageado.
    Conheço o General Tomé Pinto desde os tempos conturbados do pós 25 de Abril e habituei-me a ver nele o militar impoluto, o patriota, sempre dedicado ao serviço do seu País, zeloso cumpridor das missões que lhe foram confiadas, ao longo da sua já longa e brilhante carreira militar.
    Comandou a Brigada Mista Independente de Santa Margarida, a qual atingiu, sob a sua orientação, um nível ímpar de operacionalidade, prestigiando as Forças Armadas junto dos nossos aliados da NATO.
    Posteriormente como Comandante da Guarda Nacional Republicana, e em importantes cargos no Estado Maior do Exército, nomeadamente como Vice-Chefe, afirmou o General Tomé Pinto as suas altas qualidades de comando, a sua invulgar preparação e competência e ainda a sua aptidão para o desempenho de cargos de responsabilidade.
    Ultimamente, na CCPM em Angola, chefiou a missão militar portuguesa naquele país, mais uma vez o General Tomé Pinto revelou as suas excepcionais qualidades, conseguindo pelo seu dinamismo, bom senso, isenção e sentido de Estado, o apreço e a consideração das partes envolvidas no conflito angolano.
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  9. CONTINUAÇÃO:
    Tem pois o General Tomé Pinto uma brilhante carreira militar, marcada por excepcionais serviços prestados às Forças Armadas e a Portugal. Associo-me à merecida homenagem da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, sua terra natal, e reitero ao General Tomé Pinto a expressão do meu respeito, amizade e admiração".

    (Assina) Mário Soares
    Palácio de Belém, 4 de Abril de 1993

    O último a usar da palavra foi o general Tomé Pinto, que agradeceu à Mesa da Sessão e Assembleia em geral integrando todos os seus conterrâneos, pelas provas de carinho que lhe manifestaram e o quiseram honrar. Afirmou que sentia muito orgulho por ser transmontano e ter nascido em Maçores - Moncorvo, pois ali encontrava muitas vezes a sua força interior.
    Não haveria melhor forma do general terminar a sessão do que recorrer à poesia, lembrar que seria oportuno seguir a linha de pensamento de Kiplias.
    Além dos jornais locais como o Boletim Municipal da Câmara de Moncorvo, Nordeste Mensageiro de Bragança e outros Regionais e Diários do Porto e Lisboa se lhe referirem, o Primeiro de Janeiro, de 4 de Abril de 1993, dedicou-lhe em exclusivo um Suplemento Especial, no qual, em entrevista ao Presidente da Câmara, Eng. Aires Ferreira, este o referenciava como sendo "uma ausência sempre presente, um exemplo, a seguir por aqueles que quiserem colaborar no desenvolvimento da Vila de Moncorvo... Uma figura de sucesso, elevado valor e competência... Pretendeu homenagear o Moncorvense, que não obstante os cargos públicos importantes que tem vindo a ocupar, nunca esqueceu o seu Concelho... Homenagear o homem de valor que nasceu em Moncorvo, que estudou em Moncorvo e esses factos não foram obstáculo de que granjeasse uma carreira de sucesso e que alcançasse com evidente agrado geral da forma como os ocupou, alcançasse lugares de destaque na vida pública nacional."
    De acordo com o seu Processo Militar, que analisámos e no qual nos fundamentámos, no ano de 1953 ingressou na Escola do Exército, Curso de Infantaria, que conclui em 1956, sendo promovido a Alferes em 1957 e colocado como instrutor na Escola Prática de Infantaria. Em 1959, 1960 e 1961 teve várias Louvações, por ser considerado um oficial de forte personalidade, excelente colaborador, leal. consciente, zeloso, dedicado, competente, inteligente, correcto, disciplinado e disciplinador, disponível, estudioso inigualável, metódico, interessado, com carácter, revelar sangue frio, espírito de sacrifício, excelentes dotes que lhe são peculiares.
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  10. CONTINUAÇÃO:
    Com a patente de Tenente, promovido posteriormente a capitão, entre 1961 e 1964 cumpriu uma missão no Norte de Angola, zona de grande perigo e risco na época, sendo gravemente ferido em combate em 6 de Julho de 1964. Foi internado e submetido a várias cirurgias nos hospitais de Carmona. Luanda e Militar Principal.
    No período compreendido entre 1964 e 1965 cumpriu nova missão no Norte de Guiné Bissau, na qual foi novamente atingido, ferido em actividade operacional.
    Os seus actos de campanha foram de tal forma enaltecedores, distintos e significativos, que foram reconhecidos pelo Estado Português como "heróicos, de abnegação e valentia, extraordinários”, que lhe mereceram em 1966 Condecoração com a Medalha de Valor Militar com Palma e a promoção ao posto de Major por distinção, pois mesmo em ataque e na 1ª linha, resistiu à dor enquanto pôde, manteve-se firme e incentivou os seus homens, considerados os seu serviços de relevantes e distintos, pela forma como solucionava adequadamente os problemas deparados.
    Os Louvores e Condecorações sucedem-se pela sua conduta exemplar sempre e em qualquer momento, porque ao planear as operações, se revelava sempre um chefe extraordinário, com qualidades de trabalho, grandes conhecimentos, criativo e consequentemente com bons êxitos, considerado um Militar Patriota, Impoluto e Cumpridor.
    A sua formação académica integra para além dos Cursos e Estágios subjacentes à Carreira Militar, os Cursos Geral e Complementar de Estado Maior, que terminou entre 1965-66 o 1º e entre 1967-68 o 2º, no Instituto de Altos Estudos Militares, o Curso Superior de Comando e Direcção e vários Estágios na vertente da Organização e Gestão Empresarial.
    Em 1968 completou o Curso de Estado Maior, foi colocado no Estado Maior do Exército, na Secção de Organização.
    Em 1970 foi nomeado Chefe do Estado Maior do Comando Territorial da Ilha da Madeira e da ISCOMADEIRA (OTAN).
    Entre 1972-74, cumpriu nova missão em Angola, desta vez com mais sorte, pois desta vez regressou ileso, indo em 1974 prestar serviço na 2ª Repartição do Estado Maior, na Repartição do Gabinete do General Chefe do Estado Maior do Exército.
    Em 31 de Agosto de 1975 foi promovido ao posto de Coronel e em 2 de Dezembro do mesmo ano assumiu as funções de Chefe do Estado-Maior da Região Militar de Lisboa, posteriormente o Comando de Regimento em Queluz e logo a seguir nomeado 2º Comandante da Região Militar de Lisboa.
    Em 12 de Janeiro de 1979 assumiu o Comando da 1ª Brigada Militar Independente que conjuntamente com o Exército Italiano, sob o Comando de CINSOUTH, participaram nos exercícios de “DISPLAY DETERMINATION 80” e “WINTEX CIMEX 81”, que trouxeram duas Menções Honrosas.
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  11. CONTINUAÇÃO:
    Em 5 de Maio de 1981 foi promovido a general e foi colocado no Estado-Maior das Forças Armadas como Director do Departamento de Pessoal e Logística.
    Entre 1982 e 1987 foram-lhe atribuídas funções de Comandante Geral da Guarda Nacional Republicana, cargo que desempenhou de forma excepcional, cabendo-lhe a reestruturação da carreira.
    Além da construção de alguns quartéis, conduziu esforços para a modernização de equipamento e instalações de outros, tornando-se a G.N.R. num “Corpo de Tropas de Elite”.
    Eis como consta no processo militar: "Oficial General possuidor de invulgares profissionais... espírito de iniciativa, raciocínio... total dedicação à causa pública, empreendeu acções de estudo, reorganização e actualização que tiveram em vista a publicação do importante decreto orgânico da Guarda Nacional Republicana".
    Na sequência deste diploma e sob o seu comando foi publicado o Estatuto do Militar da Guarda Nacional Republicana, bem como o do oficial, do sargento e do praça.
    Dotado dum relacionamento pessoal fácil e franco, com virtudes militares, desempenhou e desenvolveu uma acção brilhante em favor das populações do Estado Português e G.N.R..
    A sua ascensão militar continua em progresso e em 29 de Dezembro de 1987, foi nomeado Quartel-Mestre-General do Exército.
    Em 3 de Maio de 1988, foi nomeado Vice-Chefe do Estado Maior do Exército, confirmado em reunião de 21 de Junho de 1988, pelo Conselho Superior de Defesa Nacional, cargo que desempenhou até 19 de Março de 1991. No dia seguinte, foi nomeado Assessor Director do General Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas. Foi nesta altura como Vice-Chefe, que teria ascendido e sucedido naturalmente a Chefe, aquando do trágico acidente em que o titular do cargo General Firmino Miguel perdeu a vida, se não fosse atraiçoado por quatro colegas despeitados que o impediram, como por vezes acontece quando alguém se destaca pela sua integridade intelectual, moral e profissional.
    Em Junho de 1991, foi nomeado representante de Portugal na Comissão Conjunta para a Formação das Forças Armadas de Angola, nos termos dos Acordos de Paz, firmados em Lisboa em 1 de Junho de 1991, acção que muito o prestigiou pelo seu espírito determinado, organizado, perspicaz e apaziguador perante as duas maiores vertentes políticas deste país africano.
    Em 27 de Setembro de 1992 findou a sua representação na Comissão Conjunta para a Formação das Forças Armadas de Angola, aqui permanecendo até finais de Novembro de 1992. O excelente trabalho desenvolvido nesta Missão de Paz mereceu-lhe um Louvor pelo Sr. Ministro da Defesa Nacional, em que foram postos em evidência a sua coragem, inteligência, constante dinamismo, sacrifício e elevada dedicação e mais uma Medalha de Ouro de Serviços Distintos.
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  12. CONTINUAÇÃO:
    No Jornal O Público, de 23 de Janeiro de 1994, Soares Carneiro - Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em entrevista ao mesmo Jornal, alude-o: "O nosso chefe de missão, General Tomé Pinto, foi o primeiro a exercer a acção de sensibilização extraordinária, para que a formação das Forças Armadas Angolanas fosse um êxito."
    Após retomar as suas funções de Assessor Pessoal do General CEMGFA e por se verificar ser portador de um grande sentido de Justiça, em 4 de Março de 1993 foi nomeado Juiz Vogal do Supremo Tribunal Militar.
    Concluindo, o seu Processo Militar com 13 Louvores de nível Ministro ou Oficial General, 15 Condecorações Nacionais e 10 Condecorações Estrangeiras, reflectem de forma precisa o seu elevado valor como militar e cidadão.
    Merecem referência um Louvor dado pelo Ministro do Exército, dois pelo General Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, três pelo Ministro da Administração Interna e um pelo General Chefe do Estado-Maior do Exército.
    Um especial relevo para a Medalha de Prata de Valor Militar com Palma, três Medalhas de Ouro de Serviços Distintos, duas Medalhas de Prata de Serviços Distintos com Palma, Medalha de Mérito Militar de 1ª Classe, as Grã-Cruzes da Ordem Militares de Avis, Rio Branco do Brasil, Leopoldo II da Bélgica, a Militar da Áustria, o Grau de Oficial da República Federal da Alemanha, Comendador da Ordem Nacional de Mérito da França, Grau de Cavaleiro Comandante Honorário da Divisão Militar da Ordem do Império Britânico, Ordem de Francisco de Miranda de 1ª Classe da Venezuela, Cruzeiro do Sul do Brasil e da Gendarmerie National de França.
    Em paralelismo à sua carreira militar tornou-se membro da assessoria de uma grande empresa de Transportes Urbanos desde 1968, exercendo em 1974 e 1975 funções de Administrador.
    Desde Janeiro de 1995, foi autorizado a exercer funções de Curadoria ou Consultadoria nas Instituições ou Empresas de Direito Privado e ser membro dos seus Órgãos Sociais.
    No mesmo ano de 95 foi assíduo colaborador da Administração da PETROGAL, em estudos de geoestratégica para implementação da empresa na África Austral (S. A. D. C.).
    A partir de 1996 tem colaborado com o Professor Doutor Hernâni Lopes em trabalhos da mesma área e recentemente com a Administração de determinada empresa, cujo objectivo é a sua implementação na África Austral, essencialmente em Angola e Moçambique.

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  13. CONTINUAÇÃO:
    Actualmente faz parte do Conselho Consultivo da Universidade Nova de Lisboa (Faculdade de Ciências e Tecnologia).
    Maria João Avillez na sua obra Soares O Presidente feito com depoimentos do Dr. Mário Soares alude-o, estreitamente ligado ao processo de paz em Angola. Declara Soares que se fosse ele a estar envolvido nas negociações de paz entre o MPLA e UNITA, nunca teria permitido que se marcassem eleições, sem se proceder previamente ao desarmamento de ambas as partes beligerantes. Cita o General Tomé Pinto, que lhe forneceu preciosas informações e refere-se-lhe nos seguintes termos: "É um grande conhecedor de Angola, com excelentes contactos nos meios militares de ambas as partes e coisa rara muito respeitado pelos dois lados. Mas a sua experiência não foi aproveitada devidamente pelo Governo", continua Soares na sua linguagem fluente: "Algumas pessoas que mais e melhor conheciam o terreno como o general Tomé Pinto não foram suficientemente ouvidas", declaração feita após ter constatado que os resultados das negociações de paz neste país haviam fracassado, ficando demonstrado que o General Tomé Pinto foi um marco militar muito forte a nível nacional82.
    Além de outras funções que exerceu é consultor da SAER nas questões geoestratégicas em África, membro da Fundação Portugal/África.
    A revista Visão de 29 a 5 de Maio de 2002 fez-lhe uma entrevista que incidia sobre Angola pós-Savimbi a que respondeu como sempre de forma clara, precisa e esclarecedora83.

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    82 Maria João Avillez - Soares O Presidente, Circulo Leitores, Lisboa, 1996, p. 145 e 132, restantes dados retirados do Processo Militar do General.
    83 Ilda Fernandes - Torre de Moncorvo Município Tradicional.
    in “Maçores Minha Terra Minha Gente”, de Ilda Fernandes

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  14. Misé Fernandes:
    O General Tomé Pinto é sobrinho do senhor Manuel ( pai da senhora Alcina, Henrique e marido da senhora Elisa, minha vizinha, era um dos ferradores de Urros)

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  15. Cláudio Amílcar Carneiro
    Votava nele. Ainda é novo... Eu sou mais velho 5 anos. Quando ele nasceu já um subia às malapeiras sem licença do dono!!! Conheço Maçores, até por causa do Maçores, de "Os Meus Amores, de Trindade Coelho!!! Também os meus parabéns ao ínclito conterrâneo por mais uma Primavera!!!

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  16. Clique no blogue Portugal, minha Terra e leia o comentário que publiquei na imprensa e nos blogues: Tempo Caminhado e Portugal, minha terra dos seus criadores e directores: Armando Palavras e J.A. Costa Pereira. Homens como o Tenente-General Tomé Pinto apenas nascem de século a século. Barroso da Fonte, sócio fundador e 20 anos presidente da Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar.

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